segunda-feira, junho 28, 2004

CARTA DA MÃE
(Filó tem quase 90 anos e mora em Pé da Serra, uma cidadezinha de qualquer interior do Brasil. Cismou que é a mãe do presidente e escreve cartas ao Lula - antes era para Fernando Henrique. Mãe é mãe, mesmo que seja a do presidente.)


Pé da Serra, junho de 2004.
Meu querido Lula.
Como tem passado, meu filho? E a Mariza, melhorou? Sentiu falta das minhas cartas? Ainda estou muito enfezada com você, mas diante do que tem acontecido, achei melhor escrever para esclarecer algumas coisas.
Não tenho visto muito televisão, porque você sabe, não posso ver um gato morto que fico deprimida, quanto mais gente. Logo o que fico sabendo é pelo Dó, quando vou a farmácia. Acho ele meio exagerado, mas mentiroso não, e acabo saindo de lá pior do que se tivesse visto o Ratinho,o Jornal nacional ou o Cidade Alerta. O Dô é a única pessoa da cidade que lê todos jornais. A banca fica em frente da farmácia e como ele não tem tido muitos fregueses ( em compensação o terreiro de Inha Lica vive cheio), passa o tempo lendo as manchetes. E espalha as noticias para os gatos pingados que vão lá na farmácia. Como quem conta um conto aumenta um ponto, você pode imaginar que horrores estão espalhando por ai. É claro que, como mãe, não acredito na metade dos boatos que correm em Pé da Serra sobre o que tem acontecido no seu governo, mesmo porque é impossível que tudo isso esteja acontecendo em qualquer lugar deste planeta.

A ultima do Dô foi que um trabalhador foi aí na sua cidade ver se conseguia falar com você. Como todo mundo ele queria um emprego e resolveu apelar. O Dô disse que você deixou o coitado de pé na porta, e que o infeliz colocou fogo nas roupas. Fiquei furiosa e disse para ele que você não deicaria de atender uma visita. que foi muito bem educado e coisa e tal. Ele riu na minha cara e disse que tanto não atendeu que o homem morreu esturricado. E que isso aconteceu na porta da sua casa que por sinal esta caindo aos pedaços. Que se a casa do presidente tem goteiras, que dirá a casa dos simples mortais.

Essa foi a ultima do Dô, agora o pior, é que depois que ele espalhou pela cidade que existe uma quadrilha formada de políticos com conexão internacional para trafego de drogas, o povo de Pé da Serra fez um abaixo assinado pedindo ao prefeito que anexasse Pé da Serra a Colômbia que é mais pacata. O cabo Pires ficou tão traumatizado que deu voz de prisão ao Zé da grota ( ele é vereador ) quando viu uma Kombi descarregando uns pacotes suspeitos na garagem da casa dele. Foi um vexame,Lula! Era a Kombi de venda do Tião macaco, e os pacote eram só sabonetes lux, porque o Zé da grota estava aproveitando uma promoção daquelas pague 2 leve 1( ou contrario, não sei). Juntou gente na porta do Zé, houve até quem ajudasse o cabo Pires a abrir os pacotes. Foi sabonete para tudo quanto é lado! Mas o cabo Pires, não satisfeito, picou todos os sabonetes, aos berros de que as drogas estão ai dentro! Conheço essa gente! Etc e tal. O povo, alarmado e agitado, gritava pega ladrão! Carniceiro! Assassino! Estuprador! Dilhermando de Pé da Serra! E Zé da Grota só não foi preso porque pulou a cerca ( no bom sentido) do quintal da igreja e, por obrigação cristã, o padre Pinto deu lhe asilo político.

Não achei certa toda aquela perseguição ao Zé da Grota, mas ninguém pode censurar o cabo Pires. Afinal, o Zé é vereador mas pode chegar a deputado, que fama ele já fez. E o cabo Pires só quis prevenir. Parece que a carreira política do Zé vai parar por aqui, o que acho até bom, porque o Zé me parece uma boa pessoa. Vai que ele seja mesmo decente e preocupado com bem estar social. Acho preferível ele continuar como professor na Escola Municipal e deixar de lado essa coisa de política. Ele tem dois filhos para criar. Pode também ser porteiro de rendez-vouz, pelo menos seus filhos não terão do que se envergonhar, não acha, Lula?
Cotinha manda um abraço. Seque em anexo a novena de nossa senhora dos impossíveis. Não deixe de ir a missa, não tome gelado e, quando sair às ruas leve sempre sua carteirinha de presidente, porque a polícia não vê cara.
Um beijo desolado da sua mãe.
Obs. Se for trocar a mobília do palácio, mande aquele sofá velho para mim.Ainda tem conserto. Fica como presente do Dia das Mães, que você nem se lembrou. Releve os erros. Meus óculos estão vencidos.

terça-feira, junho 22, 2004

BOOTCASTLE - COMPRA E VENDA

Duquesa Travessa

Vou poupa-los das agruras vividas nos três dias que passamos em MioVerde. É coisa de ficção e não quero passar por mentirosa. Lady Rabnit e eu conseguimos fugir na madrugada do terceiro dia, já caídas no esquecimento das primas que, se deram por nossa ausência, não questionaram. Não tivemos mais notícias do estranho reino por muito tempo. Alguns boatos afirmam que a luta pela sucessão continua. O que não esperávamos era encontrar o castelo em festa ou quase. Sir Rudolf, durante a nossa ausência, tinha decidido vender Bootcastle. Havia uma placa de vende-se na frente da herdade o que, naturalmente, me deixou furiosa. E, decidida a arrancar a placa e os olhos do biltre entrei porta a dentro, aos berros. Uma jovem e elegante senhora, com um lindo chapéu cor de palha com um ninho de pintassilgos no alto, com uns ovinhos quase arrebentando, nos sorria seu melhor e mais fantástico sorriso. Era linda a dama e a sua presença me fez parar, com os olhos arregalados. Quem era?

-Quem é? –Sussurrei para lady Rabnit.
-Deve ser uma compradora, suponho. Que lindo chapéu! – Sir Rudolf, extremamente simpático, veio ao nosso encontro.
-Miladies! Quanto prazer em revê-las! Achei que não mais retornassem à Bootcastle...
-E por isso pôs o castelo à venda, biltre?
Rabnit me deu uma cotovelada discreta, chamando a atenção para a dama posta em sossego sobre a bergere onde eu costumava confabular com meus botões.
Virando-se para a carinha risonha e meiga, o vil desculpou-se.
-Milady, esta é Hildegard Von Trapp e sua amiga lady Rabnit. Se me der licença, deixarei convosco a delicada Rabnit para confabular com Hildegard...a sós.

E saiu me arrastando pelo cotovelo até a biblioteca. Soltei-me num arranco depois de certificar-me de que a porta estava fechada.
-Que diabo é isso? O que pensa que está fazendo, seu...seu!
-Milady, é um negócio da China! A senhora me agradecerá por providencial ...
-Mas eu não quero vender o castelo! Onde vou morar?
-Senhora! Existe alguém neste reino que possa dar dez milhões de libras por Bootcastle? E no estado lamentável em que se encontra?
-Claro que não. E por isso mesmo...
-Mas senhora, a condessa Travessa vai dar dez milhões de libras por Bootcastle!
Uma luz de infantil felicidade deve ter acendido nos meus olhos porque eu sequer conseguia ver Rudolf, o vil. Não questionei. Não é de bom tom questionar qualquer coisa na base de dez milhões de libras.
-Quando? Em cash? De quantas vezes?
- Toma lá da cá.

Quase abracei Sir Rudolf num impulso, coisa que teria me deixado posteriormente cheia de indignação e arrependimento. Faltou pouco. Era o cúmulo da felicidade. Rodopiei sobre os saltos, bem a tempo de me safar dos seus braços estendidos. Os dentes dele pareciam querer saltar da boca, arreganhados, num riso...milionário, eu diria.
-Porque essa felicidade toda? O castelo é meu. Que eu saiba já homologamos o divorcio.
Ele estufou o peito e colocou o dedão numa argola do cinto, enquanto com a outra mão, enrolava a ponta do bigode ridículo.
-Eu sou o vendedor. E cobro 10%.
-Está louco! Nunca! – Fiz os cálculos mentalmente, rapidamente. – 5% e não se fala mais nisso.
-sete.
-Fechado.

Confesso que não sou boa negociante. Nunca fui. Falta paciência. Quando voltamos à sala, Lady Rabnit ria a bandeiras desfraldadas das gracinhas da bela Condessa Travessa. Um ovinho do chapéu tinha estourado e uma cabecinha de pintassilgo apontava, faceira. Ela nem deu conta. Estava muito entretida e as duas pareciam amigas de longa data. Antes que dessem por minha presença, voltei para a biblioteca arrastando sir Rudolf.
-O que ela vai fazer de Bootcastle?
-Uma arca.
-Uma o quê?
-Uma arca, um zôo, um lugar para viver junto com todos os seus animais.
Aquilo me parecia de uma sandice sem igual.
-Então ela não tem marido. Maridos não gostam de animais. Veja você. Assassinou Lancelot, meu pobre Lancelot.
-Não fui eu. Foi Kon Kid Abo, a senhora sabe. E ela tem marido sim. Ele aprova.
-Deus meu! Que mulher feliz! E ainda por cima, rica!

Acho que eu começava a arroxear de inveja e antes que este sentimento pestilento me corroesse a alma, dei a volta por cima, alegremente, pensando nos dez milhões de libras. Posteriormente fiquei sabendo que a Condessa Travessa chegara de Paris, onde morava – daí a sua natural elegância – e estava hospedada no castelo Valente. Tinha pressa. Morria de saudades dos seus bichos, daqueles que ela teria, porque nunca na vida tinha visto um pato de perto até então. E não tinha medo de cobras, a peste. Até me disse que colocaria o meu nome numa delas, em homenagem á minha candura. Fiquei roxa de raiva mas disfarcei. Ainda não tínhamos concluído o negócio. Foi aí que apareceu uma segunda compradora, a viscondessa de Cota Merengue –. Começavam as minhas atribulações. ( continua depois)

segunda-feira, junho 21, 2004

ALMA GÊMEA

E se a minha alma gêmea nasceu 100 anos antes de mim ? E se mesmo nascendo na mesma época nunca tenha saído da Tanzânia? Deve ser por isto que algumas almas gêmeas nunca se encontram.
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É possível que a minha alma gêmea tenha nascido há trezentos anos e não tenha reencarnado. E não me importo. A minha alma não suportaria outra. Não gêmea.
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Prefiro a solidão a ter que enfrentar alguém parecido comigo. Eu me basto e me canso de mim mesma o suficiente.
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Entretanto, não seria de todo mal encontrar a alma oposta a minha. Aquela santa, impoluta, saudável e constante alma. Aquela que não fala mal de si mesma e não desmente a bondade. Aquela que vive sem saber da dor. Aquela que não pergunta e anda para não sei onde com a alegria dos doidos varridos. Que não olha para trás e não defende a inconstância. A que não se esconde nos vãos da escada, atrás das portas e se preciso for, pede clemência. Aquela que me levaria pela mão e mostraria o esconderijo da felicidade. A que acredita no improvável e tem esperanças. E de quebra me faria o café da manhã, fecharia o meu zíper, e veria novelas ao meu lado sem reclamar.
Definitivamente, a minha alma gêmea ficaria com o controle remoto da televisão.
AMANHECE...


Tem gente que nunca viu o dia amanhecer. Ou faz disso um ritual que é cumprido em algum dia do ano, de preferência no primeiro. Em geral está tão bêbado que não vê realmente o dia amanhecer, mas pressente, pela ressaca das três horas da tarde, que alguma coisa diferente aconteceu. Eu vejo o dia amanhecer quase todos os dias. Estou vendo agora. É verdade que tenho que tirar os olhos do teclado e virar um pouco o rosto para a janela, coisa um pouco difícil, porque eu não sei exatamente onde estão as teclas.Nunca decorei. Mas o dia amanhece como uma fotografia em fade. A luz se faz devagarinho, como se uma mão invisível fosse esparramando um pozinho violeta que entra pelas gretas, fura as cortinas, e colore de lilás as paredes brancas. É bonito e tem um cheiro de coisa nova, cheiro de bebê. Ou cheiro de café novo, quentinho, aconchegante. Um novo dia, o mais novo de todos, o único ainda não vivido, o primeiro, o diferente de todos os outros, como uma impressão digital. Único. Daqui a pouco tudo voltará a ser velho.

sábado, junho 19, 2004

FALTA ALGUMA COISA

A minha amiga Val é uma pessoa muito romântica.Tanto, que nunca teve um namorado na vida. Apaixonada ela esteve durante todos os dias. De dez em dez anos trocava de paixão. Nunca deu certo. Ia tudo muito bem até ela conseguir que o sujeito a beijasse. Isso entre o sexto e oitavo ano. Então, tudo acabava. O beijo era uma decepção. Podia economizar anos de paixão não correspondida se beijasse logo no primeiro ano. Ou no primeiro mês. Era o beijo entrar pela boa e a paixão sair por não sei onde.
-Vai ver você abre o olho na hora e ver a cara da alguém em zoom não é lá muito romântico. Pode até dar de cara com um cravo...
-Não. Não abro não. Falta alguma coisa... sempre. Não é nada do que eu esperava.
- Você não se concentra, deve ser isto... fica pensando em outra coisa.
- Ora, Tê, como é que eu vou pensar em outra coisa numa hora desta? Não é isso não... falta alguma coisa.
- Difícil. – Ficamos em silêncio. Eu tentando achar a razão, uma explicação que fosse para o bizarro fato de um beijo por fim a mais inflamada paixão. Ela, acho, imaginando quem seria a próxima vítima.

A Val tinha a mania de associar uma música para cada momento de sua vida. Ou para cada paixão. Enquanto me conta timtim por timtim seus casos amorosos, há sempre uma música de fundo. Ela coloca. Para ficar igual às novelas, diz, e acha muito graça. Ela tem esta singularidade, que particularmente me encanta: tudo é muito engraçado, ainda que seja romântico. Feelings fora e ainda era a música do Vinicius, um sujeitinho atarracado, solitário, estranho e vítima por dez anos da paixão romântica da Val. Lutou desesperadamente contra qualquer aproximação física, o tal, tanto que a Val conseguiu ficar apaixonada por todos os dez anos. Até o dia em que, entre um pedaço de pizza fria e um gole de coca cola, - ela sempre ficava amiga de suas paixões – aconteceu o beijo. Acabou. Nem ela nem eu conseguimos ouvir Feelings sem mudar de estação. Ela por motivos óbvios. Eu, por que não agüento mais mesmo. Além disso ela guarda bilhetes, papel de bala, retratos, tudo que venha da pessoa em questão. E faz um altar onde imola e adora o seu ídolo enquanto for o tempo dele. E os sujeitos são sempre muito complicados.

Teve um que era homossexual e a Val sabia disto. A paixão durou até o primeiro beijo. O primeiro que ela viu ele dar num amigo bigodudo. Um outro era pastor de uma Igreja que não me lembro o nome, uma benção, segundo ela, mas casado, bem casado e gostava muito de mocinhas loirinhas de 20 anos. A Val não é uma coisa nem outra. O outro estava em fase terminal. Tinha Aids. Este amor durou apenas alguns meses e não houve beijo. Ele não tinha mais forças. Tive medo de que a Val ficasse eternamente apaixonada. Não ficou. Hoje ela diminuiu drasticamente o tempo de suas paixões. No máximo um ano. Lasca o beijo e pronto. “O tempo é curto�, me diz alegremente, “e eu tenho que me casar antes de envelhecer�. Ela é do tempo em que para se casar era preciso fazer um enxoval. O dela já está pronto há, seguramente, uns 30 anos.

- Quem sabe é este enxoval que dá azar – disse, quebrando o silêncio. A Val mastigava um pão de queijo, esparramada no sofá e acho que nem me ouviu. Procurou avidamente o botão do som e disse, meio irritada.
- Como é que você consegue ficar nesta casa sem uma musica? Coloca alguma coisa aí...
- Já sei! – Pulei do sofá. Já sei o que falta nos seus beijos! É por isso que você não continua apaixonada! Falta o fundo musical!
Ela parou o pão de queijo no ar, com os olhos arregalados e caiu na gargalhada.
-Ora, Tê! Só me faltava esta! Deixa de bestagem! Coloca uma música aí. Aquela do Vinicius...
-Feelings????!!- Ela revirou os olhos:
-Vinicius de Morais, Tê.

Não tocamos mais no assunto o resto da tarde. Havia uma coisa estranha no ar e às vezes o olhar dela saia pela janela e se perdia. Ouvimos “Eu sei que vou te amar� uma trezentas vezes. Eu já estava quase me apaixonando pelo retrato do meu tio Gaspar na estante. Antes que anoitecesse, Val pegou sua bolsa, deu umas voltas pela casa, como se quisesse me dizer alguma coisa antes de sair. Rodou, voltou, parou na porta e disse, por fim, timidamente:
-O Júlio vai lá em casa esta noite. Pode me emprestar o Vinicius com Toquinho?

quarta-feira, junho 16, 2004

ESTÓRIAS PARA BOI DORMIR ( antiga, mas ainda dá um caldo)

No tempo em que os animais falavam existia um galinheiro, por um acaso cheio de galinhas dos ovos de ouro. É verdade que ninguém sabia ao certo se o ouro era de verdade, mas durante muito tempo todos se gabavam daqueles ovos brilhantes e do galinheiro. E as ditas galinhas eram bastante poedeiras, de forma que havia até quem viesse de fora, de outros reinos, comprar os ovos de ouro. Para essas pessoas estrangeiras, os ovos eram realmente de ouro e davam o maior lucro e , dizem,houve gente que enriqueceu bastante com os ovos deste reino .

O povo deste reino,entretanto, não custou a descobrir que os ovos eram falsos e serviam, quando muito, para fazer omeletes. Decepcionados, os habitantes da terra das galinhas de ouro, tiveram a ponto de enforcar o galo que se saiu muito bem. A culpa não era dele, os ovos realmente eram de ouro mas só para os chamados especuladores, que em breve, os ovos seriam de ouro também para os nativos. Se acreditaram? Parece que não, mas o galo não se importava muito com a opinião de quem não fosse galinha, no bom sentido.

O que ele não contava era com um vírus vindo da Rússia e do México que infectou galinheiro quase acabando com as galinhas dos ovos de ouro. Mais que depressa, os especuladores vieram correndo buscar seus ovos, aqueles que traziam para serem chocados pelas galinhas dos ovos de ouro, já que o tal vírus já era bastante conhecido e apodrecia não só os ovos próprios do galinheiro como também os ovos que vinham de fora para se transformarem em ouro.

O galo fez de tudo para conter a saída dos ovos de fora, o que deixaria o galinheiro em petição de miséria. Deu um banho de ouro nos ovos para tentar engabelar os estrangeiros mas, especuladores sabem muito bem distinguir uma galinha dos ovos de ouro de um urubu pintado de amarelo e não foram na conversa. Foi uma desova geral. Em desespero, o galo decidiu que veneno com veneno se cura.

Havia uma raposa que freqüentava diariamente o
galinheiro enquanto as galinhas estavam vivas e saudáveis. A tal raposa levava não só os ovos mas até as galinhas e vivia muito feliz,ganhando um dinheirão num reino muito bonito chamado Niuiorque. Pois bem, o galo achou conveniente chamar a raposa para cuidar do galinheiro. A lógica do galo era: - quem mais entende de um galinheiro senão uma raposa? Muita gente não entendeu, mas era comum no reino que ninguém entendesse nada e continuasse vivendo na santa paz, sem se preocupar muito com as besteiras do galo, mesmo porque ele apesar de garnisé, era muito posudo.

Conta a estória que a raposa até tentou, coitadinha,lisonjeada que estava com a nomeação. Mas todo mundo sabe que é próprio da natureza das raposas comer galinhas. Ainda mais galinhas de ovos de ouro. Existem duas versões para o final desta fábula . A raposa era uma santa criatura, um cordeiro na pele de raposa, um Santo Antonio disfarçado que não caiu em tentação, e tudo acabou como esperava o galo. A outra versão... bem, outra versão você já conhece.(by J. Stapafúrdio Soares, presidente e único membro da ABEI -Associação Brasileira de Estórias Infundadas)

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segunda-feira, junho 14, 2004

DOS COMENT�RIOS AO POST ANTERIOR

Foi uma surpresa agradável abrir o blog agora, de madrugada. Comentários que dariam posts, inteligentes e finos:) merecem respostas postais, digo, em post.

Olabauti:

Também adorava o Chaves e me fazia rir muito. Vivo com o controle remoto nas mãos, e esmiúço todos os canais, todos mesmo, vou pulando de um para outro e invariavelmente encontro alguma coisa que, se não me acrescenta nada intelectualmente, me diverte ou simplesmente vejo um olhar, uma atitude, alguma coisa que me faz indagar.
Não ouço rádios FM porque prefiro escolher o que vou ouvir, se se trata de música.
O que é incompreensível é se privar de tanta coisa interessante - nem tudo que é interessante é cult, - por um suposto refinamento. Acho que sou do tipo de pessoa que quero ver/sentir/ tudo que existe. Gosto do sol mas não fujo da chuva e ainda me divirto muito nas enxurradas; quero comer, beber, lamber, cheirar, tocar a vida, sem me obcecar por nenhuma griffe. Beijão.

Te:
Perfeito! Além de me surpreender com o número de palavras:) -você é tão lacônica quase sempre – fez uma análise das tribos que nos incomodam, eu sei. Um dia vi um homem num boteco responder quando lhe perguntaram a sua nacionalidade: “ser humano�. Achei fantástico, simples, direto.
Quase me enquadrei nos “europeus�, Deus do Céus! Mas eu já disse: tinha menos de 20 anos, e ter menos de vinte anos redime tudo.
Beijo e beijo.

Bia:
É exatamente isto! O que realmente me incomoda é a crítica direta ou indireta a um gosto, a um comportamento, a uma maneira de vestir, a um rótulo ( eles existem sim, é natural que existam), é a intransigência e a rigidez com as diferenças. Não há nada pior ou melhor, há o que a gente gosta ou não gosta e pronto. A mentira, a fantasia, ou seja lá que nome se dê, é uma arte. A mais difícil para mim . Não cabe a mim é desvendar a verdade. Ou suspeitar da mentira. A princípio e por princípio, acredito em tudo que me dizem. Me admiro, me encanto, me estarreço, mas não vou procurar o fio da meada. O fio da meada é de quem me diz ou escreve. Acho mesmo que não tenho o direito de inventar intenções. Fico com o que está expresso. Por respeito, pelo respeito à liberdade de cada um. De ser o que quiser ser, de falar o que quiser falar, e, como você bem diz, “mentir, fazer pose, são coisas que podem fazer parte da trajetória de qq um, a qq momento de suas vidas, da minha inclusive, óbvio�. E da minha também, óbvio.:) Viver não seria tão divertido não fossem todas as possibilidades.
Com admiração e carinho, um beijo.

Pedro:
Tenho sempre ou procuro ter, muito cuidado com as palavras, sobretudo as escritas.:) E muitas vezes a palavra não diz exatamente aquilo que quis dizer, aliás, nunca mesmo, e, sobretudo num tema como este, pode provocar, se não mal entendidos, algum constrangimento ( para mim ). Não critico intelectuais e nem desprezo pessoas refinadas. Tenho um pouco de inveja e gostaria muito de ser um e outro.J Aliás, tenho profunda admiração por intelectuais. São, no mínimo, inteligentes, estudiosos, dedicados e ... complacentes. É preciso muita vida e muito estudo para ser intelectual. Mas também acredito que intelectuais não desprezam os não intelectuais. Pela própria natureza. “Intelectuais� de 20 anos é que são um porre. Te respondo por e-mail também.
Beijos.

Teca!!

Mas você tinha que gostar do Chacrinha!!! E eu amo ocê ibidem!

Ginikinha:
Já havia percebido. Esse negocio da “babação� de que fala, é uma coisa estranha mesmo. É a velha e batida história: blogueiros são pessoas com todas as suas características individuais. Uns precisam mesmo de acalento – acho que é isso, não sei – no blog ou fora dele. Uns entendem que você tem a liberdade de ir e vir, falar ou não. Outros... outros mais sensíveis, não conseguem entender. Por mais cuidado que você tenha, há um território onde ninguém pisa. Entretanto “não posso alienar a minha liberdade para poupar-lhes a sensibilidade�(sic) por mais que os ame e os respeite. E esta é uma decisão individual também. Amo iu!

Bion:
Tem sim. Me escreva e passe o endereço do blog (qual deles?).
Beijos.

César:
Você entendeu sim. Há uma profunda diferença entre uma pessoa esnobe e uma pessoa refinada. Um conceito exclui o outro. Não há a menor possibilidade de uma pessoa refinada ser esnobe. Concordo absolutamente que refinamento é resultado de uma bagagem cultural e que alguns gostos e sabores precisam ser aprendidos. Custei a entender, por exemplo, porque determinados perfumes me extasiavam e outros me indignavam. E estes mesmos que me deixavam de mau humor eram apreciados por outras pessoas. “Uê! Mas é um cheiro tão bom!� Se todas as rádios tocassem Beethoven ou Mozarth 24 horas por dia, o gosto popular seria este. Não gosto de jazz mas isso é uma coisa visceral. Posso estar distraída, pensando em outra coisa e de repente, começo a sentir irritação. Tem Jazz no ar. Não é uma coisa que eu possa escolher. Vai ver é coisa de outras encadernações.:)

Não gosto do Ratinho. Mas não o desprezo. E não critico ninguém que goste dele. Acho que é isto exatamente que quis dizer. E já vi sim, sobretudo porque queria saber porque tanto falatório em torno do homem. E ri muito algumas vezes. Noutras, me irritei.
Quanto a fazer análise se um produto é bom ou ruim, você tem cabedal para isto. Quando leio seus posts, vejo o jornalista. Suas críticas são pertinentes, seu olhar aprendeu a ver o que a maioria de nós não vê. É uma crítica. Não é uma ranhetice infantil ou esnobe. Você nunca vai ser ou parecer esnobe. Você é refinado.
Tenho um bom pão de queijo aqui. Se tiver um vinho de boa safra aí, podemos marcar um encontro. O pão de queijo é para o chá! E chá de jasmim. Combina?

domingo, junho 13, 2004

NÃO SEI MESMO...

A maioria das pessoas que escrevem/mantêm/comentam blogs são, antes de mais nada e indiscutivelmente, pessoas. Esta é uma observação que qualquer um, até eu, consegue fazer. Depois, com o tempo, você começa a verificar que esta maioria é também intelectualmente superior. Daí para socialmente superior é um passo. Mesmo porque não existe pobre, aborrecidamente pobre, que tenha algum nível intelectual. E se tiver não há de ter um computador para mostrar ao resto do mundo. Como se não bastasse, os intelectuais blogueiros são de uma insuspeitável intransigência com tudo aquilo que não tenha pelo menos o cheiro de coisa cult. Por exemplo? Odeiam novelas. BBs dão arrepios. Ninguém vê os shows da tarde na televisão aberta. Ana Maria Braga é brega. Livros de auto-ajuda são execrados. E ninguém, ninguém mesmo confessa que algum dia viu o Ratinho de cabo a rabo (o programa). Alguns até confessam que, dedilhando o controle remoto, viram uma cena que é descrita senão com horror, pelo menos com desprezo.

Estou desconfiada de que descobri um mundo novo e que não faço parte dele. De uma maneira ou de outra não há nada que eu despreze com tanta categoria. Aprendi a minha melhor receita de pão num show da tarde de que não me lembro o nome. E de panquecas também. Dei boas gargalhadas com o Ratinho e já chorei com Ana Maria Braga. Não corro deles, não os desprezo. Está bem, não corro atrás também, mas não há nada neles que justifique o profundo desprezo que a maioria confessa, até com um certo orgulho. A elite intelectual padronizou um gosto o que não deixa de ser uma ditadura. Os desavisados moleques de vinte anos levantam as bandeiras, encantados, e deixam de aprender muitas coisas. O que me espanta é que muitos dos moleques de mais de trinta vão atrás, e confessam noites de vinho de safra especial, com leitura de Goethe em alemão. E postam trechos como se fosse comum e banal a qualquer brasileiro conhecer alemão. Especialmente Goethe!

Já tive um pouco disso, sim. Mas eu tinha menos de 20 anos. A maturidade ou seja lá que nome se dê, me fez desconfiar das “velhas opiniões formadas sobre tudo�. Há pessoas que não me convencem. Mas não me convencem porque as li, porque as vi, porque tive mais de uma vez contato com elas. E aí, sim, formei a minha opinião. Posso gostar ou não, mas não sinto – juro que não – um desprezo fundamental por quem não me alimenta o intelecto com vinho de boa safra. Quem escreve livros de auto - ajuda pode ter boas intenções, além da justa necessidade de ganhar a vida. E, dependendo do momento que o leitor se encontre, pode fazer um grande efeito. Ver Ana Maria Braga, se não tiver receita de panquecas, pode ser altamente agradável, pelo cenário, pela cor, pelo sorriso dela – se você não tiver a intenção de decifrar verdades/mentiras ocultas – e então o mundo fica mais vasto, menos restrito ao que é aceitável ou não para um grupo de pessoas. Quero andar sob a chuva ou sob o sol, com o que recolhi de tudo que esbarrei pela vida. Desviar do que não gosto, afinal, porque decidi. E não acreditar que alguma coisa ou pessoa vale menos ou merece o meu desprezo por não atender ao meu refinado gosto intelectual. (ironia).

E quer saber? Eu não gosto mesmo de ópera! Nem de jazz. E muitas, muitas vezes, prego o ouvido nos testemunhos das rádios AM, de madrugada, porque gosto de ouvir gente falando. O som das vozes me acalenta. Há alguma coisa além da forma, alguma coisa como um perfume , atrás de todas as coisas, imperceptível se não se abre a guarda. Eu não me privo dele.

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O meu vizinho não me é uma pessoa simpática. Mas o perfume que vem dos jasmins de sua varanda, inundam a minha casa. Só eu sinto o perfume, só eu pressinto o homem por trás dos jasmins e sei que a sua existência não me foi totalmente vã.

sexta-feira, junho 11, 2004

DI�LOGOS INCONSISTENTES

-Ô, mãe, tem alguma coisa estranha na sebe que circunda a casa.
- Ô Bete, não existe nenhuma sebe circundando a casa. No máximo existe mato em redor da casa e não vejo nada estranho lá.
- É que eu acabei de ler o Moro do Ventos Uivantes...
- Pois leia Guimarães Rosa. Nós moramos em Muriaé.

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-Quer dizer que agora você é um fungicida.
-Fungicida mata fungos. Eu sou um fungicultor.
-Ah! Cria fungos.
-Não. Eu cultivo fungos. Cogumelos são fungos.
-Ah!
- ...
- Quem tem chulé é fungicultor?
- Não. É porco.

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-Aprendi uma simpatia para arranjar namorado!
-É?!
-É! Coloque uma vela acesa atrás da porta da cozinha, fique com os dois pés na soleira da porta com a cara virada para fora e repita três vezes, gritando:
“ Geraldo, Geraldo, Geraldo!
Vem, Geraldo, antes que entorne o caldo!�
- E funciona?
- Só com um homem chamado Geraldo.
- Faz sentido.
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domingo, junho 06, 2004

O CÓDIGO - UMA CR�TICA NADA LITER�RIA (quem sou eu!)

Passei o dia/tarde de ontem terminando de ler o Código da Vinci e tentando bater meu próprio recorde. Me esqueci de quantas páginas leio por hora. Já fiz as contas, sim. É que no meio do livro percebi que estava perdendo o meu tempo. Podia ter pego um velho e batido James Bond na locadora. Me divertiria do mesmo jeito e em menos tempo.

Dos senões:

1º) O livro é muito grosso e pesado. Grosso no sentido “largura�, volume de páginas, e pesado no sentido “medida por quilograma�. Procurei um apoio que não fosse as minhas delicadas mãos e não encontrei. Tive que suportar o peso daquele tijolo vermelho por cinco horas seguidas. São 475 páginas! Nenhum livro deveria passar de 300 páginas, na minha besta opinião. A maioria deveria ter no máximo 150 páginas o que daria para completar a leitura em quatro horas, com um breve intervalo para um café. Folgado. E não provocaria tendinite.

2º) Um livro de 500 páginas, e um livro com características absorventes – no sentido de absorver os sentidos, e não o outro, pelamordideus! – chega a ser surrealista de tão absurdo,se não for um Dostoievski. Não o tema do livro, não questiono isto. Imagine que você lê 50 páginas por hora. São 10 horas de leitura sem sair do lugar, sem piscar, sem fazer xixi, sem comer. Tempo demais para qualquer pessoa normal ficar sem fazer nada do que realmente importa. “Mas você pode parar, ler depois, ler aos poucos�. Mas nunca! Não depois de saber que o maior segredo da humanidade, guardado a sete chaves, na verdade é só uma chave, está para ser revelado nas últimas páginas. Eu fico. Você fica. Todo mundo fica. E o tal de Dan Brown sabe disso. Podia ter sido mais generoso. Trezentas páginas seria misericórdia. Suspeito que o homem seja sádico.

3º) “Dez milhões de livros vendidos em todo o mundo� não quer dizer dez milhões de leitores em todo o mundo. Não pode. Nem todo leitor – estou dizendo leitor, gente que lê porque sim – tem tempo para ficar 10 horas seguidas pregadas num livro. Tá, ele lê um pouco a cada dia. Impossível. Se você parar, não volta. É como ver um filme aos pedaços. Perde a graça. Perde o fio da meada. Prefere fazer outra coisa.

4º) A técnica é boa, o homem sabe muito bem envolver, mas o estilo... o estilo tem aquela maldita corrida americana pelos clichês, a piadinha idiota nos diálogos enquanto o protagonista vê a vó pela greta, e coisas do tipo “ele saiu com o rabo entre as pernas, como um cachorro enxotado�, “pavor horroroso� e aquela imbecil tese da origem das palavras que querem dizer uma coisa e não outra. Não me expressei bem... peraí... é aquela coisa de uma palavra estar ligada misteriosamente ao seu conceito, com alguma conotação ambígua do observador, como o santo graal, sangraal, sangue real. Aparece muitas vezes no livro, mas não explica em que língua se faz a coisa. Sabe quando você vê uma nuvem e ela tem um formato de alguma coisa? Então. A nuvem se desfaz e a palavra não. Mas o observador vê o que quer ver.

5º) É um romance americano. Como os filmes de Hollywood. Da América para o mundo. Porque eles sabem mesmo vender. E o resto do mundo sabe comprar.

6º) Se você quiser mesmo ver alguma coisa séria a respeito vá até o blog do romance que não descobri assim por acaso, ou por pesquisa. Me foi indicado misericordiosamente e, agradeço, encantada. É, na minha já pública besta e tosca opinião, o melhor blog sobre literatura e crítica literária. Depois você pega um James Bond e revê.

sábado, junho 05, 2004

O HOMEM QUE MATAVA CHINCHILAS

Embaralhou tudo. Eu olhava e não via. O copo parecia uma massa azul borrada e eu nunca diria que aquilo era um copo. Fiquei apavorada. Já disse que sou meio hipocondríaca?
-Estou ficando cega!
Corri tateando pela casa procurando alguém que me salvasse da cegueira.
- Socorro! Estou ficando cega!
- Ah! Não! Perdeu as lentes de novo!
..............

É. Perdi as lentes de novo. Estou digitando meio por intuição –já li isto antes?..._ portanto, relevem qualquer erro de digitação. Aproveitem e relevem todos os outros erros também, ou revelem, como queiram. São seis e trinta da manhã, as lojas só abrem as nove, um par de lentes custa quarenta reais e por intuição – não dá pra enxergar o fundo da bolsa – devo ter cinco reais economizados à duras penas e pra completar hoje é sábado, o grau da minha lente tem que ser encomendado, e eu estava no meio do Código Da Vinci! Acho que vou voltar pra cama e esperar o dia acabar.


.................
- Povo! Procurar lentes! _Gritou com a lupa na mão enquanto o Marcelo, estremunhado (eu cavo cada palavra!), resmungava um “de novo, mãe!�
- Não adianta. Suspendam as buscas. Perdi foi ontem à noite, enquanto via televisão, acho...comecei a chorar como uma anta e dormi chorando. As lentes devem ter derretido no travesseiro.
- Estava vendo Casa Blanca de novo?
- Não. Estava vendo um senhor muito distinto matar uma chinchila diante das câmeras. E com a cara de quem quebra nozes enquanto fala mal do uisque. Como é que vocês podem ser tão cruéis?
- Quem? Eu? Nunca matei uma chinchila na vida.
- Como pode alguém fazer um galpão daquele tamanho, criar aqueles bichinhos lindos engaiolados, e mata-los como quem descasca batatas? E depois ainda enfiar uma aste de guarda chuvas sob a pele ... aí eu desliguei a televisão. Não vi o resto. Você sabia que 15% da pele de chinchila que o mundo consome é do Brasil?
- Que coisa horrorosa!

Suspeitei uma leve ironia, mas continuei o meu discurso eco-fauna-bio-lógico.
- E alguém ainda usa pele de chinchila? Pensei que estava fora de moda...
- Você come carne e frango todos os dias. Já viu como matam um boi? E como são criados os frangos?
- ...

Como somos cruéis!

sexta-feira, junho 04, 2004

É COMO SE DIZ... - o jeitinho de cada um.

A minha tia Olinda saiu de casa com uma saia de bolinhas amarelas. Um menino com a cabeleira blequipauer ao ver a insólita figura, caiu na risada. Minha tia cuspiu marimbondo.

Como a FAL diria a mesma coisa:

Uia! A tia Lindinha, aquela doida, deu de sair de casa com uma saia pingadinha de amarelo, parecendo uma ameixa podra. Um moleque com os cabelos encarapinhados deu ataque de tanto rir. A santa da minha tia, mandou ele tomar no cu. Bem feito. Hohohoho!


Como o César diria a mesma coisa:


"Daqui a pouco vou jantar com uma amiga. Não é fácil, para o homem casado, relacionar-se com as mulheres sem colocar em risco a instituição." A não ser que ela venha ao jantar com uma saia amarela de bolas pretas, como a que tia Olinda usou na noite em que conheceu tio Eustáquio. O menino que riu da tia Olinda fui eu, bem escondido atrás de uma árvore e meu cabelo não era black power, porque ainda nem se sabia o que era black power.

E o Bion?

"Acho que o dia de hoje dá um post..."a tia Olinda resolveu ir ao Carrefour com uma saia amarela de bolas pretas. "Eu sabia que havia alguma coisa errada." As promoções do Carrefour não eram boas e filas e mais filas... e um menino de cabelos encaracolados riu muito da aparência da minha tia. Você também riria?

A Teca:

"Cesar, o Valente veio aqui!!!
Tô numa alegria só! Exibida messsssss!
Cesar é ótemo!
Lúcia é CHOCANTE! Dá prá entender a paixão de Palhares!
Tricotamos MUITO!"
Então apareceu aquela tia do Raul com uma saia AMARELA de bolinhas!!! Não tava feio não, mas o menino riu tanto que se descabelou!!! Eu não sei, mas acho que tanto faz!!!! heheheheh.

Como a Olabauti diria a mesma coisa:

'Não é possível ter inspiração para porra nenhuma quando se está enfurnada no livro mais brega que já vi na vida, de uma mulher que fica velha sem envelhecer, horas e horas diárias, sendo obrigada a ler coisas como: "As wise women, we know how to use our resources!"' E a mulherzinha tem um gosto do cão. Cismou de usar uma porra de uma saia godê cravejada de pintas amarelas, do tempo em que São Jorge ainda era santo e as putas colocavam velas vermelhas na encruzilhada em nome dele. Quando o menino se esbugalhou de tanto rir, ela se cagou toda de raiva. Não sei porquê. Merda é merda mesmo e ponto.
...............
Falta do que fazer dá nisso.

A FAM�LIA - eis aí a prova de que, na maioria das vezes, não minto. Penélope e Mel, as duas mães dos gatinhos.

quinta-feira, junho 03, 2004

MENINOS E MENINAS:
Minha caixa de correio não abre. Problema interno. Navego direitinho mas o correio se nega a mandar e receber qualquer coisa. Deixem recado nos comentários, se precisarem me dizer alguma coisa, pliise.
Leila, aguarde por favor. Estou providenciando as mudanças.
Tê, qualquer coisa me ligue.
Beijos. Inté.

quarta-feira, junho 02, 2004

GOOGLE!
O Google tirou a minha campanha do ar. Recebi uma mensagem – automática – dizendo que foram gerados cliques inválidos. Literalmente eu desapareci do Google. Só uma pergunta: durante 52 dias os anúncios ficaram expostos em todos os meus sites, gerando relatórios válidos todos os dias. No meio destes cliques inválidos devem sobrar cliques válidos, só que eles simplesmente não contam! Não existe nada no Google indicando que durante quase dois meses eles aceitaram a minha campanha. Sem nenhuma restrição. Subitamente, uma coisa que parecia normal e correta inclusive para eles, deixa de ser, sem maiores explicações. Mas eu quero explicações. Ah, se quero!

Naturalmente não discordaria dessa atitude se fosse tomada antes,assim que detectaram os cliques inválidos,(então posso supor que tais cliques foram gerados a partir de hoje e portanto tenho saldo válido) e se me tivessem, com todo o respeito, dado as explicaçoes me enviando os relatórios onde eu mesma pudesse ver onde foi que pequei. Ora,bolas!