quinta-feira, agosto 11, 2011

Vagabundeando (ou vagabundando?) pela web achei uma coisa inusitada. Um site de compras coletivas - me parece - que é  o maior barato! O site é todo engraçado, cheio de humor, um texto de uma credibilidade sem par, embora eles mesmos, os garotos que escrevem, não afirmem nada e muito pelo contrário. Vale a pena dar uma olhada!Aqui...

segunda-feira, agosto 01, 2011

Sei não....

Perdi o jeito. Se um dia escrevi com a desenvoltura de uma irresponsável, hoje não consigo, Tê. Minhas angústias estão num baú que nem abro mais, meu desconforto no lugar que ocupo no mundo e em mim mesma troquei por uma absurda, patética e covarde alegria. Tenho dúvidas ainda: será a dose diária de fluoxetina? Os anos acumulados? O cansaço? Encontrei enfim, o final da batalha? Sei não, sei não. Sei que não sei mais escrever porque a lucidez foi toscamente enviada para um balão azul que vai para onde o vento sopra. E nem me importa a direção do vento, sabe?
Mas tenho saudades, muitas, de você sobretudo, das nossas conversas de começo de noite, de sua lucidez, de sua cultura, de sua amizade...
um beijo com carinho.

domingo, julho 31, 2011

Me deu uma saudade dos diabos! estive na Fal andei um pouquinho por lá, li, reli, procurei gente conhecida...ninguém! Onde foi que se esconderam? E eu? O que foi feito de mim?

quarta-feira, junho 09, 2010

Eis aí o meu primeiro livro (editado). Se você está recebendo esta mensagem é porque está na minha lista de melhores amigos: gente linda, gentil, calorosa, bem humorada e magra. Se não estiver nesta descrição, desculpe-me. Foi um engano de programação. Pique  em 80 pedaços e jogue no lixo. Mas, se tiver enquadrado(a), (sorry!)... e quiser se divertir, COMPRE, TOME EMPRESTADO, SURRUPIE   e leia.
Para adquiri-lo nas formas da lei, siga este link:

www.biblioteca24x7.com.br (1ª página em "Lançamentos")
ou na www.amazon.com dentro de prováveis 7 dias.
Se você é um sortudo possuidor do Kindle poderá ler As Brumas de Bootcastle sem gastar um tostão.
Subscrevo-me com mil salamaleques e um grande abraço.




Prefácio ou qualquer coisa como
Vou tentar justificar o que acontece em “As Brumas de Bootcastle”. Tudo começou num dia 1º de abril. Exatamente abril de 2004. Há dois anos eu escrevia diariamente num blog: www.teruska.blogspot.com. Sem nenhuma intenção literária, com todos os direitos de qualquer blogueiro, sem me ater às regras – literárias ou não – em cima da perna, sem revisão, sem muitos cuidados, inconsequente e alegremente. Era só divertido. Gente agradável me visitava diariamente, pessoas pouco ou muito conhecidas deixavam comentários inteligentes e bem humorados e, nesse dia instituído “dia da mentira”, inventei a minha verdade: a vida que eu realmente gostaria de viver. Subitamente, meu blog se transformou num castelo onde o chá das cinco era frequentado pelos blogueiros que a si mesmo se intitulavam duques ou duquesas e, encantada, sem saber como parar, passei a viver o absurdo divertido de “As Brumas de Bootcastle”. As pessoas, blogueiros citados neste livro, não têm seus nomes reais ou pseudônimos expostos a não ser por associações que os farão, de alguma maneira, se identificar com os nobres amigos de Lady Hildegard, companheiros deste período estranho e encantado da minha própria vida. Á eles, por terem sido nesta época, meus mais queridos e constantes companheiros, minha gratidão e meu carinho nada virtual.
As Brumas de Bootcastle não tem a pretensão de ser um texto literário erudito. Nem mesmo a hipótese mais rasteira de ter a perfeição da técnica e da coerência. Muito pelo contrário. Se me desculpo aqui, junto aos mais eruditos, pelos descalabros da minha ansiedade escrevinhadora, é porque me envergonho um pouco dos possíveis arrepios diante de certos – muitos – chavões literários que irão encontrar. Foi de propósito, podem crer. No pior dos casos (outro bom e elucidativo chavão) foi culpa do tradutor, porque, como virão a saber, eu mesma escrevo em Inglês castiço e irrepreensível. Tudo o mais é culpa do tradutor.
Divirtam-se. Eu me diverti muito escrevendo. :)

terça-feira, abril 06, 2010

A Invenção do tempo - Filosofia Pura ou Pura Filosofia

Antigamente, não existia tempo. Aliás, dizem, o tempo não existe. É uma invenção humana, no que eu particularmente não acredito, sobretudo quando olho no espelho e vejo a devastação que o maldito fez em mim. Algo que não existe não pode ser tão cruel. Bem, mas voltando a vaca fria, quem inventou o tempo foi um tal de Rinovatotach, nascido provavelmente em Praga, e chamado carinhosamente por seu vizinhos de Rinovatotachvovski, que é o diminutivo de Rinovatotach. Como não existe tempo, Rinovatotachvosviki vive – um parêntese aqui para explicar como foi é será difícil escrever esta estória já que não existiu, existe, existirá num tempo verbal para expressar um tempo que não existe. Não entendeu nada? Nem eu. Agora imagine alguém vivendo num tempo sem tempo- mas voltando á vaca fria de novo, era muito mais fácil viver num espaço sem tempo. Por exemplo, Rinovatotach ficou o tempo todo com 1 m e meio de altura como todos os seus amigos, porque como não existia tempo, ele não teve aquela famosa fase de crescimento que faz com que os adolescentes comam de seis a doze pães por dia. Não sabendo disto , os pobres coitados não comeram bastante para crescerem, aliás nem sei como eles chegaram a um metro e meio porque, não existindo tempo, quando foi que eles passaram de células para embrião e coisa e tal? Sabe de uma coisa? Acho que este tal de Rinovatotach nunca existiu , é pura lenda, ele inventou mesmo foi um jeito de medir o tempo que sempre existiu e inventou o relógio suíço e vendeu para o mundo todo. Como quem conta um conto aumenta um ponto, de fatiador do tempo ele passou a inventor. Mesmo porque, não tenho tempo para contar estórias tão sem pé nem cabeça...mas fico aqui pensando, se não existe tempo, para que serve o “quando”? Ou, como as coisas se movem, como é que você vai acenar para o seu amigo, se, pelo que sei, existe um tempo entre a mão para a esquerda e a mão para a direita? Se não existe tempo, tudo é absolutamente imóvel, eterno. A eternidade é imóvel, do contrário não seria eternidade. Existem algumas pessoas que realmente ainda acreditam que o tempo não existe mesmo! Tenho um amigo que não sabe a diferença entre uma hora e um minuto e quando ele diz dentro de dez minutos estarei aí, pode crer: ele não aparece em menos de duas horas. Vai ver ele é uma reencarnação de Rinovatotach, ou, pelo menos um contemporâneo dele. Pelamordideus! Acho que estou ficando doida. Mudando de pau pra cavaco, antes que meus neurônios se recusem a fazer qualquer conexão paro por aqui, aliás, não paro porque nem comecei, já que o tempo não existe. Pare você de ler estas abobrinhas e vá aproveitar melhor o seu tempo. Aliás , não pare, já que você não começou...sei lá!
MORAL DA ESTÓRIA - Não perca tempo em aprender os tempos verbais porque o tempo não existe.

sábado, fevereiro 20, 2010

Eu e a morte

Há algum tempo criei uma afeição tímida pela morte. O que me apavorava hoje me fascina. Teço, com cuidado, um conceito novo sobre aquilo que me persegue desde o dia em que fui concebida. Antes de mais nada, revejo minha história e assisto comovida à transformação. Ela não me perseguia. Estava ao lado. Calada. Fugindo de mim, às vezes, quando a queria por perto. Colando em mim quando não a percebia e conseguia ser feliz. Presente como uma amiga discreta, sem alardes. Tinha tanto medo dela que a vida me parecia impossível. De que maneira eu poderia viver com aquela sombra às minhas costas? Não poderia. Tive síndrome do pânico. Aqueles momentos em que ela sopra em sua cara, com os olhos pregados nos seus, e você perde o controle. Ela brinca com você, te faz sentir seu cheiro, sua cor, diz clara e firme “eu estou aqui e você nada pode fazer contra isto”.Depois se afasta para o normal. Mas você nunca mais será a mesma. Anos e anos de pavor. Com medo de encontrá-la em qualquer esquina, passei a ficar em casa. Mas ela não se afastava, sutil e insistente, a qualquer momento ela soprava em minha cara. Nada a afastava de mim. Nada a afasta de qualquer um, descobri depois. O que pesava era o medo. Não ela. Ela era parte de mim como é parte de você, de qualquer coisa viva neste planeta. A loucura consiste em tentar negar a sua existência, em se opor a ela, como se fora uma inimiga. Aliás, a loucura consiste em opor resistência a qualquer coisa sobre a qual você não tem o controle. Não bastava, pelo menos para mim, não lhe opor resistência; precisava entendê-la, conhecê-la e, porque não, amá-la. Aos poucos, quando a sentia por perto – a gente nunca sabe ao certo se ela está por perto, apenas pressente e até isto pode ser inexato – eu sorria e esperava calmamente como se espera a visita de uma amiga. Ela soprava em minha cara, brincalhona, e eu lhe dizia seja bem vinda. Meu Deus! Quanto tempo perdido em uma luta desigual! Tudo está certo. Matematicamente certo. Morrer, quando se está vivo, é matematicamente certo. Mais cedo ou mais tarde, que diferença faz? Opor-se ao óbvio, lutar irrefletidamente contra o que é natural, chega a ser estúpido. Aceitar com desenvoltura sua própria condição é um exercício. Viver como se fosse eterno, pode ser a solução. Não para mim. Quero beber um gole de cada vez, saber que ela está ao meu lado e, mesmo assim, ou por isto mesmo, conseguir ir em frente com a certeza de que tudo está certo, matematicamente certo.

sexta-feira, dezembro 04, 2009

O tempo é uma máquina de fazer monstros (sic)

Fico pensando o que alguém quer dizer quando, depois de uns 10 anos, te encontra subitamente. “Você não mudou nada!” Naturalmente ela vasculhou todos os pontos onde eu possa realmente ter mudado: nos cantos dos olhos, em volta da boca, no abdômen. E, é claro que encontrou. Morro de medo deste “você não mudou nada”. É constrangedor. Fico sem saber o que dizer, mas diante da dúvida sou rápida: “não mudei. Só envelheci.” E rio largo para deixar claro que é verdade e que não tenho medo do que ela possa estar pensando verdadeiramente.

Tem gente que cristaliza sua própria imagem num tempo e acredita nela. Vê o que quer ver. Ou não vê o que não quer ver. Que o tempo é implacável, depois de um tempo. E que tem que se vestir de novo, com roupa nova. De preferência com um tailler comportado. Ninguém envelhece delicadamente. Num dia qualquer você acorda velha e não encontra roupa que lhe sirva. Olha no espelho e, se não vê nada tão evidente assim, ainda há a sombra no olhar, aquela marca inconfundível de quem sofreu tudo ou quase tudo. Nem todo o botox do mundo pode tirar esta marca.
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Crise existencial é uma expressão muito antiga. Deve estar fora de moda, como melancolia, ginasial e científico.Deve ter outra para designar este estado de paralisia diante do óbvio que não serve mais para nada. Mas não sei qual é. Sou meio ultrapassada. Conservadora. Outra palavra bem fora de moda. Sei que é chato. É extremamente chato acordar um dia com a percepção enviesada de que a tudo que você viveu foi de alguma maneira catalogado num almanaque como “adivinhe o que é”. E com todas as respostas erradas. Ou quase todas.
Eu só queria arranjar um jeito de ficar na cama o dia inteiro vendo os seriados da Sony sem me sentir culpada. E que fosse tudo dublado para não ter que fazer o esforço de ler. Saco.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Viajando com Einstein – Um livro sobre a história da física

Ildeu Baptista de Oliveira é um médico encantado com a física, desde sempre. Que nem eu ou você. A maioria se encanta com a física. Só não entende e não se anima a estudar porque quando se fala em física, quase sempre, fica um gosto do inatingível por pessoas comuns. O livro do Ildeu, no entanto é digerível e gostoso como um frapé de morango. Leve e fácil de ler, conta a história da física de Galileu até Einstein num diálogo fantástico entre dois viajantes, Otto e Einstein, num trem. A própria trama do livro é atemporal e pode se passar em qualquer lugar. Ou em lugar nenhum, já que o trem está em movimento e...aprendi alguma coisa, acho.rs

O livro é dividido em duas partes. A segunda, não me atrevi a ler. Quem tem algum conhecimento de matemática não se surpreenderá com todas aquelas equações. Eu, que desde os tenros anos (ái, meu Deus!) tenho uma fé profunda na minha total incapacidade de entender alguma coisa além de números divisíveis por par, não me atrevo. Mas a primeira parte, esta sim, foi escrita para que eu entendesse que física pode ser coisa de simples mortal. E me encantei!

domingo, fevereiro 15, 2009

CORRESPONDÊNCIA...ou alguma coisa como

Querida amiga,

A burrice me irrita profundamente e a DM é burrice fundamentada, diagnosticada, irreparável e incurável. Penso que seria mais fácil se fosse uma deficiencia moderada ou grave, porque as evidÊncias seriam maiores. No caso dela ainda há o agravante da beleza física e, ao primerio contato, ser absolutamente normal. É claro que as pessoas com quem ela conviveu são mais ou menos tão incapazes quanto e, portanto, incapazes também de perceberem a diferença. Para eles ela é apenas meio doidinha.

Sei que poderia ter tido este comportamento mais cedo, mas enfim, não tenho como voltar o tempo nem as minhas condições. Começo agora e acho que vou me dar bem. Só posso, no caso, esperar pelo melhor. O pior virá naturalmente, sem que eu precise ter esperanças.:))
Posso lhe parecer irresponsável e eu sei que sou. Só não gosto que qualquer um descubra isso. Você, eu não me importo que saiba. A maioria das pessoas não compreenderia uma atitudde tão fria e pragmática diante de uma circunstância que pode parecer uma tragédia, ainda que leve. Eu não acredito nas circunstâncias.(sic) Acredito que posso lidar com elas da melhor maneira que encontro. Da maneira que me for conveniente.E conveniente para mim é encarar a vida como ela realmente é: sem importancia nenhuma. Apenas, algumas vezes, levemente engraçada. Um jogo que não leva a vencedores. Só a perdedores. Onde você não sabe que cartas tem e nem pode blefar. É ela, a vida, quem dá as cartas, quem dirige o jogo, quem ganha todas as partidas. Se você não entender este jogo, se não entender que é uma brincadeira, que você não sabe e nunca saberá jogar para ganhar, tende a ficar infeliz, frustrado ou amargo. Não fomos feitos para ganhar. Só para jogar.

Nâo opor resistência, é o segredo. Espero firmemente ter aprendido, pelo menos, isto. É claro que não sou ingênua a ponto de pensar que não vou sofrer ainda assim. Mas é um sofrimento diferente. Você sofre porque perde. Mas se você tem certeza de que a perda é inevitável, como uma lei, e abre as mãos sem tentar segurar o que não é seu, nunca foi e nunca será, tudo fica inevitavelmente mais fácil. Sofro. Mas sei que a dor não é minha, é parte do meu corpo, da minha condição humana, dos meus instintos, então separo a minha razão da dor e posso, finalmente, não enlouquecer. Enlouquecer, não no sentido banal de adoecer de dor, mas no sentido de não perder a razão mesmo, aconteça o que acontecer.

Ser uma rocha onde batem as ondas que não sei de onde nem porque chegam e permanecer no lugar do meu destino é o que espero de mim. Não mais.É o suficiente para não querer morrer mais cedo e não temer a morte quando vier.
Um beijo carinhoso
Teruska

quinta-feira, janeiro 29, 2009

TPM: O DESVARIO DOS HORMÔNIOS


Dez dias antes da menstruação, você muda. Muda não é bem o termo. Você se transforma, de uma hora para outra, numa criatura absolutamente desconhecida para você mesma, quiçá para as vítimas ao seu redor.

Tudo aquilo que no resto do mês não passaria de pequenos e medíocres desvios da sua rotina, se transformam, milagrosamente nas tragédias mais hediondas.

As decisões são intempestivas, o choro é fácil, a sensibilidade fica a flor da pele, uma simples meia atrás da geladeira é tudo que você precisa para decretar a terceira guerra mundial. Cenas açucaradas de filmes sem graça, fazem você chorar desesperadamente. -"Estou enlouquecendo!" - pensa você nas primeiras vezes, e chegaria ao ponto de pedir para te internarem, se a coisa não voltasse ao normal, assim que a menstruação chegasse.

Geralmente, por volta dos trinta anos começa a loucura da TPM. Até então, tudo era perfeitamente normal, antes, durante e depois da menstruação. As mudanças são bruscas e profundas.Se, de repente, na fila do Banco, você acha que as pessoas estão te olhando de uma maneira estranha, vendo-se refletida numa vitrine, acha-se demasiado gorda ou demasiado magra e terrivelmente feia, se seu marido chega em casa e pergunta " que cara é essa?" e você desaba numa choradeira sem fim , bate a porta do quarto aos berros de que ninguém te entende, se não consegue estacionar o carro à menos de um metro da calçada, se chora e se sente ofendida se ele pergunta quem foi seu instrutor, tenha certeza: você está entre os 80% de mulheres que sofrem da famigerada TPM.

Antigamente, a todos estes sintomas dava-se o nome de frescura. "Não existe motivo para mudanças de humor ou de comportamento antes da menstruação". Diziam os médicos, geralmente homens que jamais poderiam entender tais mudanças. Hoje, felizmente, catalogaram tantos sintomas que a TPM virou STM (Síndrome Pré Menstrual) e eles deram o braço à torcer.

Realmente, existem motivos para tanta frescura: a enxurrada de hormônios que invade seu corpo antes da menstruação. Você não está enlouquecendo. Seus hormônios sim, enlouqueceram. Para evitar os exageros, os descalabros, tudo aquilo que te fará morrer de culpa e vergonha quando seus hormônios derem uma trégua, siga as regras:

1) Quando começar a chorar porque a faxineira não lhe deu bom dia, pare um pouco e analise: alguma vez me importei se alguém não foi gentil comigo? Sou tão imbecil a ponto de me incomodar com o mau humor do outro? Se a resposta foi não, você está no período infernal. Se a resposta foi sim, procure um analista, um livro de auto-ajuda, um pai de santo, qualquer coisa. Você não está nada bem, com TPM ou sem.

2) Aprenda a identificar os sintomas e diga para si mesma. É a TPM. Eu não me sentiria assim nos outros dias do mês. Vai passar.

3) Não tome decisões neste período, como por exemplo, pedir o divórcio, mandar seu filho para o colégio interno, telefonar para um ex namorado ( de repente você pode sentir um amor desesperado por ele), cortar os cabelos... dentro de dez dias você ficará horrorizada com o que foi capaz de fazer. E arrependida, o que é pior.

4) Avise toda a família que você está no período da TPM, e peça-lhes que lhe chamem a atenção sempre que extrapolar. Efeitos colaterais: pode ser que você acabe se irritando mais a cada vez que eles te chamem a atenção ou eles podem se aproveitar da situação para cometerem os desatinos de sempre, sem que você possa ao menos berrar.

5) Mantenha objetos pesados (cinzeiros, pesos de papel) materiais cortantes e ou perfurantes longe do alcance da mão ou você pode desencadear uma pequena tragédia. Houve um caso de uma mulher que à simples pergunta do marido "o almoço está pronto?" perseguiu-o durante uma hora com a faca de cozinha na mão.

6) Procure não dirigir nesses dias ou, se o fizer, leve sempre alguém junto para o caso de uma crise histérica no trânsito.

7) Evite sair com ele para festas ou baladas. Certamente você encontrará motivos escandalosos para uma boa briga.

8) Sobretudo não se sinta culpada depois que perceber os desvarios cometidos. A culpa não é sua. É dos seus hormônios. O lado bom da coisa é que você pode culpar a TPM por todas os comportamentos absurdos que tiver ao longo do mês. Desde que mantenha incógnita a data da menstruação. Não é bom?

9) A TPM, dizem, tem cura, ou pelo menos controle. Procure um médico.

10) Siga uma dieta saudável, coma bastante melão ( é diurético, e os edemas causados pela TPM são os maiores vilões da sua saúde pré menstrual), caminhe, caminhe, caminhe! Os médicos são unânimes em afirmar que quem faz uma boa caminhada pelo menos três vezes na semana, está livre dos sintomas mais sérios. Sem dizer que caminhar também evita os sintomas da menopausa.

domingo, setembro 21, 2008

Maus Tratos ou Tortura?

Ontem, peguei o bonde andando, numa notícia esdrúxula. Um homem, preso há uns 5 anos - perdoem-me a falta de exatidão nos números – esperava sentença que, absolveria ou o condenaria pelo crime de que era acusado. O crime? Coisinha de nada. O dito cujo cuidava de um velhinho de 82 anos. Uma câmara oculta filmou as atrocidades que o filho da mãe praticava contra um velho. Cenas de deixar qualquer sujeito que tenha mãe – ou pai – estarrecido, enojado, e eu, mais idiotamente sensível, em lágrimas. O indivíduo jogava o velho sobre a cama como um saco de lixo, batia no calcanhar, aberto em feridas, com fúria, e para arrematar, deu um soco no rosto do homem jogado sobre a cama. Em outra cena, como se não bastasse, jogava o velho numa cadeira. E, quando eu digo jogar, é jogar mesmo, como um monte de qualquer coisa, e sua expressão, a do agressor, era de quem esbravejava e gritava.

Ontem o homem foi solto. Uma juíza, uma juíza, meus caros, uma mulher, achou que as agressões não podiam ser consideradas como tortura. No máximo, maus tratos de incapaz, cuja pena total não passaria de três anos. Ou seja, o homem está solto e livre. Sequer pode ser preso de novo! Que diabo esta mulher tem na cabeça? Suponho que não tenha mãe... nem pai.

Interessante é que, logo depois peguei o bonde andando – sempre pego o bonde andando - numa reportagem num presídio dos Estados Unidos. Um jovem de 21 anos é condenado em 500 anos e alguma coisa – novamente não sei os números exatos – e 11 – deste eu me lembro perfeitamente!-11 condenações perpétuas! O sujeito está condenado por 12 encarnações! O crime dele? Assaltos à residências com acusações de tortura aos assaltados. Assassinatos? Nenhum, matar ele não matou ninguém, mas reconhece que as torturas foram cruéis, e que isto ninguém esquece. Ele merece os 500 anos e 11 condenações perpétuas.

Outro jovem de 21 anos pegou 52 anos por uma série de crimes, como dirigir embriagado, drogas, assaltos, nenhuma tortura, nenhum assassinato. Crimes que, diante do nosso Código Penal, são penalizados com alguns anos de recolhimento, nunca cumpridos totalmente.

Você pode dizer que a juíza fez o que podia diante de leis penais arcaicas e protetoras. Não, não fez. E é isso que me deixa indignada. O juiz dá a sentença baseado em fatos e em sua própria convicção. Ela poderia, por exemplo, entender que houve muito mais que maus tratos. Houve tentativa de homicídio com agravantes por se tratar de um velho doente e incapaz. Podia entender que houve tortura, crime hediondo, e seqüencial por se tratar de um cuidador de velhos. Se, num único dia, a câmara flagrou tais atitudes, o que aconteceu antes, no tempo anterior? Não havia, no mínimo, presunção de que tal comportamento era repetitivo? Porque escolher maus tratos, conseqüentemente uma pena menor, e deixar este filho da mãe em liberdade? Se o nosso Código Penal é paternalista e protetor de bandidos, cabe a quem o executa, pelo poder do livre convencimento, proporcionar a pena ao crime praticado. Com um pouco de bom senso, um mínimo de inteligência, e uma boa dose de sensibilidade, livrar a sociedade de vermes como esse, senão para sempre, pelo menos por um bom tempo. Que coisa!

domingo, agosto 31, 2008

Vejamos...

Não espero que me leiam. Não depois de tanto tempo. Melhor que não me vissem e passassem levemente, por trás dos muros. Prefiro assim. Exercito meu desejo de solidão, como um velho preso numa caverna. Não me importa nem incomoda o que não existe porque não sei. Quero saber de mim, por mais tempo e com mais ardor. Insisto em cavar mais fundo nesta caverna, mas de costas para a entrada. O que me importa é a saída. Se houver. O ponto exato em que estou é a indiferença. O umbigo do Universo sou eu. Deus sou eu. Sou eu que faço e desfaço o meu destino, como um rato roendo o próprio rabo. Inevitável. Vou acabar em nada como é de praxe. Todos os destinos acabam em nada. Tenho o leme do barco, enfim, mas o mar é tão desconhecido como sempre. Não sei para onde vou e na verdade não me interessa. Comandar este barco é o mesmo que naufragar. O importante é que não me incomoda naufragar ou navegar. É este exatamente o ponto perfeito. O velho no fundo da caverna não sabe o que é esperança e não se alimenta do que não conhece.

quarta-feira, março 07, 2007

ESTÓRIAS PARA BOI DORMIR ( Contos de Fábulas)


• Círculo Vicioso ( Ao pé da letra)


Havia outrora um reino muito simpático à primeira vista, porém meio estranho, já que tudo lá era em círculos. As ruas não eram essas retas cansativas quebradas por esquinas, cheias de assaltantes armados. Não. As ruas eram circulares e não iam dar em lugar nenhum, tanto que o nº 1 começava em qualquer lugar e nunca no princípio, porque, como se sabe, os círculos não têm princípio nem fim. As pessoas também não tinham muitos princípios, já o fim, muitas tinham. O bom da coisa é que não existiam esquinas, logo ninguém corria o risco de ser atacado subitamente numa dessas quebradas. Eram assaltados em qualquer parte, no princípio, meio ou no presumível fim. O que também não fazia grande diferença porque grande parte dos assaltantes girava ( é bem o termo) entre os transeuntes e acontecia até de dois sujeitos gritarem ao mesmo tempo: - “é um assalto!”, um para o outro. Mas havia muita ética entre eles e ladrão não roubava de ladrão.
O problema maior de se andar em círculos ( ou num círculo) é sair dele. Ninguém sabia se estava indo ou vindo e muitos ficaram anos e anos sem chegar a lugar nenhum. Tinha também o seu lado bom ( como tudo aliás). Ninguém era obrigado a chegar. Tinha gente que até gostava e passava a vida toda sem nenhuma responsabilidade já que tinha mesmo que andar em círculos. Houve até quem treinasse tanto que acabava encontrando consigo mesmo algumas vezes, o que é um fato bastante inusitado, já que pouca gente está interessada em se encontrar. A maior parte das pessoas, muito pelo contrário, sai de casa, ou, se fica, liga a televisão, o som, que é para evitar este constrangedor encontro. Por isto e por outras a população desse reino descobriu que as ruas podiam ser retas e com esquinas. E que, sobretudo, podiam ter princípio e fim! Era o máximo! Fizeram passeatas que ninguém sabe quanto tempo durou porque ninguém sabia onde era o fim. Deu resultado. O próprio rei já estava meio zonzo de tanto andar em círculos já que rei nunca faz outra coisa mesmo, só para parecer muito ocupado. Desentortaram as ruas, fizeram esquinas, as pessoas chegavam rapidamente onde tinham que chegar, eram assaltadas nas esquinas e, sobretudo, nunca mais se encontraram consigo mesmas, o que foi um alívio para muitos.
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MORAL DA ESTÓRIA: Há gente que prefere dar de testa com um assaltante do que consigo mesma.

sábado, fevereiro 17, 2007

O HOMEM NA VERTICAL


Algumas mulheres defendem ardentemente a utilidade dos homens (quando estão de pé). Uns são ótimos para trocar lâmpadas, outros cortam a grama com muita eficiência, e alguns tem uma certa habilidade para colocar o lixo para fora. A dificuldade é eles se lembrarem, com uma certa regularidade ,do dia em que o caminhão passa. Pode ser que o seu, particularmente não sirva para essas coisas, mas com algum treino você pode conseguir que ele seja, pelo menos, independente no que se refere a preparar o próprio lanche, ou virar-se sozinho na cama. Pode dar um pouco de trabalho, mas costuma ser satisfatório. Nem que seja para fazer inveja às amigas.
- O Nicanor? Maravilha de homem! Nunca me preocupo com o seu jantar. Chega em casa , e liga o microondas sozinho. É claro que deixo o prato dentro mas também não se pode querer demais.
Consertar canos entupidos e tomadas que não funcionam parece ser a especialidade destes seres estranhos. A maioria sabe fazer isto de tal maneira que , se você pesquisar, verá que não existe uma só casa de suas amigas em que exista um cano entupido, um curto circuito, a não ser a sua garganta entalada com tudo o que você não pode jogar na cara dele - indiscutivelmente ele é mais forte fisicamente e você esperta o suficiente para não arriscar um sopapo na orelha- e os fios desencapados dos seus nervos, depois de anos de convivência. Se você acha mesmo que a espécime que tem em casa, deveria ficar o tempo todo na horizontal, posição em que de fato, pode ser muito útil, até imprescindível, tente mudar os seus conceitos. Coloque-o na vertical e comece o treinamento.
1) Quando ele gritar pela fresta da porta do banheiro que esqueceu de levar a toalha, finja-se de morta. É substancial para o treinamento, que você não se apiede do miserável, depois do vigésimo pedido de socorro. Deixe-o sair pelado. Não chegue ao extremo de pedir que ele enxugue o chão do corredor. Ele poderia não suportar.
2) Quando ele chegar com um amigo, no meio da semana e sem avisar, para almoçar, sorria o seu mais jovial sorriso, diga que está encantada, mas que já havia marcado um almoço com a Margô. Mostre-lhe onde é o fogão ( é provável que ele não saiba onde é a cozinha). Também é imprescindível que você não se enterneça com seu olhar de cão perdido. É para o bem dele, não se esqueça e, sobretudo, o seu .
3) Faça setas indicando o caminho das meias, dos pijamas e dos chinelos. Se, apesar disso, ele pedir ajuda no itinerário, desista deste particular. Parece que os homens em geral são desnorteados em relação ao destino das meias e cuecas, até por uma questão genética. Engraçado é que, nas ruas, eles preferem se perder e rodar quilômetros inúteis, a ter que parar o carro e perguntar onde fica a Rua Tal. Não procure entender.
4) Quando pedir que você abra a 5º cerveja, enquanto ele vê o futebol na TV, diga-lhe que pegue ele mesmo o seu diabo engarrafado, porque agora você faz parte da Confraria Universal das Mulheres Unidas Contra o Álcool e que o primeiro mandamento do estatuto é : "Jamais abra a 5ª cerveja enquanto seu marido vê futebol, ou ele será inútil também na horizontal". Pelo menos esta utilidade você tem que preservar com unhas e dentes.
5) Se ele insistir que não consegue cortar as unhas dos pés sozinho e pedir a sua ajuda, negue estoicamente. Não amoleça diante das garras enormes que ele vai cultivar só para lhe atazanar e furar as pontas das meias. E não remende as meias.
6) Tire uma manhã de Domingo para ensinar-lhe a usar o liquidificador, a centrífuga, o fogão, a máquina de lavar. Máquina de costura, nem tentar. Ele nunca vai conseguir. Pode tentar ensinar-lhe também a abrir a porta da geladeira e pegar sua própria água. Se vai dar certo? Nunca se sabe. Em alguns casos dá certo. Em outros, dá divórcio.