domingo, agosto 31, 2008

Vejamos...

Não espero que me leiam. Não depois de tanto tempo. Melhor que não me vissem e passassem levemente, por trás dos muros. Prefiro assim. Exercito meu desejo de solidão, como um velho preso numa caverna. Não me importa nem incomoda o que não existe porque não sei. Quero saber de mim, por mais tempo e com mais ardor. Insisto em cavar mais fundo nesta caverna, mas de costas para a entrada. O que me importa é a saída. Se houver. O ponto exato em que estou é a indiferença. O umbigo do Universo sou eu. Deus sou eu. Sou eu que faço e desfaço o meu destino, como um rato roendo o próprio rabo. Inevitável. Vou acabar em nada como é de praxe. Todos os destinos acabam em nada. Tenho o leme do barco, enfim, mas o mar é tão desconhecido como sempre. Não sei para onde vou e na verdade não me interessa. Comandar este barco é o mesmo que naufragar. O importante é que não me incomoda naufragar ou navegar. É este exatamente o ponto perfeito. O velho no fundo da caverna não sabe o que é esperança e não se alimenta do que não conhece.

3 comentários:

Cris Carriconde disse...

tu não esperas mas sempre fico feliz com um sinal teu. Mesmo que as palavras sejam de desesperança.

Um beijo

Teruska disse...

Que bom te ver!!
Bjs.

Anônimo disse...

Ainda bem. Ufa. Estava fazendo falta.

Beijocas