segunda-feira, junho 14, 2004

DOS COMENT�RIOS AO POST ANTERIOR

Foi uma surpresa agradável abrir o blog agora, de madrugada. Comentários que dariam posts, inteligentes e finos:) merecem respostas postais, digo, em post.

Olabauti:

Também adorava o Chaves e me fazia rir muito. Vivo com o controle remoto nas mãos, e esmiúço todos os canais, todos mesmo, vou pulando de um para outro e invariavelmente encontro alguma coisa que, se não me acrescenta nada intelectualmente, me diverte ou simplesmente vejo um olhar, uma atitude, alguma coisa que me faz indagar.
Não ouço rádios FM porque prefiro escolher o que vou ouvir, se se trata de música.
O que é incompreensível é se privar de tanta coisa interessante - nem tudo que é interessante é cult, - por um suposto refinamento. Acho que sou do tipo de pessoa que quero ver/sentir/ tudo que existe. Gosto do sol mas não fujo da chuva e ainda me divirto muito nas enxurradas; quero comer, beber, lamber, cheirar, tocar a vida, sem me obcecar por nenhuma griffe. Beijão.

Te:
Perfeito! Além de me surpreender com o número de palavras:) -você é tão lacônica quase sempre – fez uma análise das tribos que nos incomodam, eu sei. Um dia vi um homem num boteco responder quando lhe perguntaram a sua nacionalidade: “ser humano�. Achei fantástico, simples, direto.
Quase me enquadrei nos “europeus�, Deus do Céus! Mas eu já disse: tinha menos de 20 anos, e ter menos de vinte anos redime tudo.
Beijo e beijo.

Bia:
É exatamente isto! O que realmente me incomoda é a crítica direta ou indireta a um gosto, a um comportamento, a uma maneira de vestir, a um rótulo ( eles existem sim, é natural que existam), é a intransigência e a rigidez com as diferenças. Não há nada pior ou melhor, há o que a gente gosta ou não gosta e pronto. A mentira, a fantasia, ou seja lá que nome se dê, é uma arte. A mais difícil para mim . Não cabe a mim é desvendar a verdade. Ou suspeitar da mentira. A princípio e por princípio, acredito em tudo que me dizem. Me admiro, me encanto, me estarreço, mas não vou procurar o fio da meada. O fio da meada é de quem me diz ou escreve. Acho mesmo que não tenho o direito de inventar intenções. Fico com o que está expresso. Por respeito, pelo respeito à liberdade de cada um. De ser o que quiser ser, de falar o que quiser falar, e, como você bem diz, “mentir, fazer pose, são coisas que podem fazer parte da trajetória de qq um, a qq momento de suas vidas, da minha inclusive, óbvio�. E da minha também, óbvio.:) Viver não seria tão divertido não fossem todas as possibilidades.
Com admiração e carinho, um beijo.

Pedro:
Tenho sempre ou procuro ter, muito cuidado com as palavras, sobretudo as escritas.:) E muitas vezes a palavra não diz exatamente aquilo que quis dizer, aliás, nunca mesmo, e, sobretudo num tema como este, pode provocar, se não mal entendidos, algum constrangimento ( para mim ). Não critico intelectuais e nem desprezo pessoas refinadas. Tenho um pouco de inveja e gostaria muito de ser um e outro.J Aliás, tenho profunda admiração por intelectuais. São, no mínimo, inteligentes, estudiosos, dedicados e ... complacentes. É preciso muita vida e muito estudo para ser intelectual. Mas também acredito que intelectuais não desprezam os não intelectuais. Pela própria natureza. “Intelectuais� de 20 anos é que são um porre. Te respondo por e-mail também.
Beijos.

Teca!!

Mas você tinha que gostar do Chacrinha!!! E eu amo ocê ibidem!

Ginikinha:
Já havia percebido. Esse negocio da “babação� de que fala, é uma coisa estranha mesmo. É a velha e batida história: blogueiros são pessoas com todas as suas características individuais. Uns precisam mesmo de acalento – acho que é isso, não sei – no blog ou fora dele. Uns entendem que você tem a liberdade de ir e vir, falar ou não. Outros... outros mais sensíveis, não conseguem entender. Por mais cuidado que você tenha, há um território onde ninguém pisa. Entretanto “não posso alienar a minha liberdade para poupar-lhes a sensibilidade�(sic) por mais que os ame e os respeite. E esta é uma decisão individual também. Amo iu!

Bion:
Tem sim. Me escreva e passe o endereço do blog (qual deles?).
Beijos.

César:
Você entendeu sim. Há uma profunda diferença entre uma pessoa esnobe e uma pessoa refinada. Um conceito exclui o outro. Não há a menor possibilidade de uma pessoa refinada ser esnobe. Concordo absolutamente que refinamento é resultado de uma bagagem cultural e que alguns gostos e sabores precisam ser aprendidos. Custei a entender, por exemplo, porque determinados perfumes me extasiavam e outros me indignavam. E estes mesmos que me deixavam de mau humor eram apreciados por outras pessoas. “Uê! Mas é um cheiro tão bom!� Se todas as rádios tocassem Beethoven ou Mozarth 24 horas por dia, o gosto popular seria este. Não gosto de jazz mas isso é uma coisa visceral. Posso estar distraída, pensando em outra coisa e de repente, começo a sentir irritação. Tem Jazz no ar. Não é uma coisa que eu possa escolher. Vai ver é coisa de outras encadernações.:)

Não gosto do Ratinho. Mas não o desprezo. E não critico ninguém que goste dele. Acho que é isto exatamente que quis dizer. E já vi sim, sobretudo porque queria saber porque tanto falatório em torno do homem. E ri muito algumas vezes. Noutras, me irritei.
Quanto a fazer análise se um produto é bom ou ruim, você tem cabedal para isto. Quando leio seus posts, vejo o jornalista. Suas críticas são pertinentes, seu olhar aprendeu a ver o que a maioria de nós não vê. É uma crítica. Não é uma ranhetice infantil ou esnobe. Você nunca vai ser ou parecer esnobe. Você é refinado.
Tenho um bom pão de queijo aqui. Se tiver um vinho de boa safra aí, podemos marcar um encontro. O pão de queijo é para o chá! E chá de jasmim. Combina?

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