quarta-feira, junho 16, 2004

ESTÓRIAS PARA BOI DORMIR ( antiga, mas ainda dá um caldo)

No tempo em que os animais falavam existia um galinheiro, por um acaso cheio de galinhas dos ovos de ouro. É verdade que ninguém sabia ao certo se o ouro era de verdade, mas durante muito tempo todos se gabavam daqueles ovos brilhantes e do galinheiro. E as ditas galinhas eram bastante poedeiras, de forma que havia até quem viesse de fora, de outros reinos, comprar os ovos de ouro. Para essas pessoas estrangeiras, os ovos eram realmente de ouro e davam o maior lucro e , dizem,houve gente que enriqueceu bastante com os ovos deste reino .

O povo deste reino,entretanto, não custou a descobrir que os ovos eram falsos e serviam, quando muito, para fazer omeletes. Decepcionados, os habitantes da terra das galinhas de ouro, tiveram a ponto de enforcar o galo que se saiu muito bem. A culpa não era dele, os ovos realmente eram de ouro mas só para os chamados especuladores, que em breve, os ovos seriam de ouro também para os nativos. Se acreditaram? Parece que não, mas o galo não se importava muito com a opinião de quem não fosse galinha, no bom sentido.

O que ele não contava era com um vírus vindo da Rússia e do México que infectou galinheiro quase acabando com as galinhas dos ovos de ouro. Mais que depressa, os especuladores vieram correndo buscar seus ovos, aqueles que traziam para serem chocados pelas galinhas dos ovos de ouro, já que o tal vírus já era bastante conhecido e apodrecia não só os ovos próprios do galinheiro como também os ovos que vinham de fora para se transformarem em ouro.

O galo fez de tudo para conter a saída dos ovos de fora, o que deixaria o galinheiro em petição de miséria. Deu um banho de ouro nos ovos para tentar engabelar os estrangeiros mas, especuladores sabem muito bem distinguir uma galinha dos ovos de ouro de um urubu pintado de amarelo e não foram na conversa. Foi uma desova geral. Em desespero, o galo decidiu que veneno com veneno se cura.

Havia uma raposa que freqüentava diariamente o
galinheiro enquanto as galinhas estavam vivas e saudáveis. A tal raposa levava não só os ovos mas até as galinhas e vivia muito feliz,ganhando um dinheirão num reino muito bonito chamado Niuiorque. Pois bem, o galo achou conveniente chamar a raposa para cuidar do galinheiro. A lógica do galo era: - quem mais entende de um galinheiro senão uma raposa? Muita gente não entendeu, mas era comum no reino que ninguém entendesse nada e continuasse vivendo na santa paz, sem se preocupar muito com as besteiras do galo, mesmo porque ele apesar de garnisé, era muito posudo.

Conta a estória que a raposa até tentou, coitadinha,lisonjeada que estava com a nomeação. Mas todo mundo sabe que é próprio da natureza das raposas comer galinhas. Ainda mais galinhas de ovos de ouro. Existem duas versões para o final desta fábula . A raposa era uma santa criatura, um cordeiro na pele de raposa, um Santo Antonio disfarçado que não caiu em tentação, e tudo acabou como esperava o galo. A outra versão... bem, outra versão você já conhece.(by J. Stapafúrdio Soares, presidente e único membro da ABEI -Associação Brasileira de Estórias Infundadas)

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