sábado, julho 24, 2004

E O PALHAÇO? QUEM É?

-         O governo arrecada por  minuto um milhão, duzentos e cinqüenta mil e alguma coisiquita mais! Tentei fazer as contas na minha calculadora do Paraguai, mas não deu. Não cabem tantos números no visor vagabundo. Dados não muito precisos, mas em torno de:
-         41,01% do PIB no último trimestre são de impostos.
-         A carga tributária brasileira é três vezes superior a dos Estados Unidos e Japão.
-         Da sua/minha conta de luz 45% são de impostos. E só aparece o ICMS, não esclarecem o Pis e o Cofins.
-         Estes impostos são pagos por  você, consumidor final, portanto os empresários não têm realmente do que reclamar. Você tem.
-         Existe um artigo na Constituição dizendo que os impostos que incidem sobre cada produto devem constar dos rótulos e isso nunca foi colocado em prática.
-         Por  cada rolo de papel higiênico que você usa, 50% são de impostos. Ou seja, pra deixar de ser besta você paga ao governo 50% de cada cocô que faz.
 
E ainda veiculam uma propaganda de controle não sei de quê ( saúde) com um final feliz: “E o melhor de tudo: é de graça!� De graça uma pinóia, seus f*** d*** p***!

Quando um amigo meu urrava de dor num hospital público, a acompanhante dele reclamou educadamente :
-Que bosta é essa?!! Não tem ninguém aqui para atender um sujeito morrendo de dor?
A atendente, também educadamente respondeu:
-O que é que você queria? Serviço de graça é assim.
Não vou contar aqui como terminou a história porque é muito deprimente para um sábado de manhã. Só mais um detalhezinho: o médico que finalmente o atendeu lhe disse tristemente quando ele perguntou se não havia um jeito de acabar com a dor:
-Existe. Nasça de novo e rico.

Revendo esses fatos e outros piores e mais ácidos, fico aqui remoendo: para onde vai todo o dinheiro arrecadado?
Depois do meu discurso, Clotilde arriscou um rabo de olho para o meu tricô, disse que eu tinha perdido um ponto, tive que desfazer duas carreiras.
- Mas Matilde, tá certo cobrar estes impostos. O país é pobre, precisa de dinheiro para tratar seus súditos...
-  Clotilde! Primeiro não são súditos...
- Não?...
- Segundo que se o país é pobre, é justo tirar dos pobres coitados metade do que eles ganham para tratar deles? E depois dizer que é caridade? E pior ainda, fugir com o dinheiro e deixa-lo na mão de calango? Muito pior, faze-los pensar que estão ganhando alguma coisa?
-         Falando assim, não... mas eles precisam pagar outras coisas também. Os juros da dívida externa, por  exemplo.
-         Ah! E o que é que eu ou você temos com isso? Quando você comprou esta televisão aí, quando aliás pagou  cerca de 40% de impostos, alguém sugeriu ajuda-la nas prestações? Você fez a dívida. Que pague por  ela.
-         Não é a mesma coisa.
-         Não. Não é mesmo. Pelo menos você tem a televisão.
-         Eles precisam cobrar impostos...
-         Também acho! Sobretudo dos bancos. E mais, Clotilde: além de tudo, de todos os impostos que a gente paga pelo papel higiênico, dentifrício, luz, água, ainda descontam da folha de pagamento, no caso aqui da aposentadoria, imposto de renda!! Imposto de Renda sobre salário, minha filha! Isso é extorção, falcatrua, sujeira, é fazer a gente de palhaço! E ainda passam voando sobre a cabeça da gente com um avião novinho em folha! E que custou os olhos das nossas caras! Sabe o que parece isso tudo? Um gigolô de putas de bordel de beira de cais!!
-         Cê tá exagerando, Ma. E não precisa gritar. Psssst! Vai começar o Jornal Nacional.
-         Desliga! Desliga! Desliga!

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