
Aconteceu, vero, juro! aqui em Belô.
Um vigilante, dia depois do referendo, estava vigiando, como é de praxe, quando surgiu um assaltante para assaltar, como também é de praxe. O vigilante, doravante apelidado de Sicrano – que eu não me lembro do nome – deu ordem para o assaltante:
-Pare, em nome da lei!
Como o assaltante, daqui para frente apelidado de Meliante, não ouviu a ordem ou, se ouviu, fez que não ouviu e continuou com seu intento, Sicrano repetiu em tom mais alto e menos educado:
- Ô seu porra! Pare de tentar assaltar, ou você vai ver com quantos paus se faz uma canoa.
O Meliante, surdo, ou simplesmente porque não se interessava por canoas, continuou com seu vil propósito. Dizem as más línguas que ainda riu do Sicrano.
Como o referendo deu ‘não’, Sicrano estava armado e dentro da lei. Sem outra opção, sacou da arma e deu dois tiros para cima com o intuito de assustar Meliante. Não. Não acertou nenhuma rolinha em férias, nenhum pombo alvissareiro, nada. A polícia chegou a tempo de prender o Meliante e o Sicrano. O Meliante foi solto logo em seguida e seguiu o seu destino. Sicrano ficou quatro dias na cadeia, numa cela com mais 25 delinquentes, assassinos, estupradores e tais. Por quê? Ora, porque! Porque pelo estatuto do desarmamento, ninguém pode atirar para o alto em vias públicas. Lei é lei. Por que Meliante foi solto? E eu sei? Talvez porque a vaga que era dele foi ocupada por Sicrano. Coisa de quem chegou primeiro. Talvez porque Sicrano seja um sujeito azarado, ou quem sabe Meliante tem asma e não pode com ambientes fechados e empestados. Sei não.
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