quinta-feira, julho 07, 2005

É ASSIM QUE É.

A SMP&B não é uma agência de propaganda qualquer. É uma puta agência. No bom sentido. Os homens da CPI demonstram um total desconhecimento não só da situação da SMP&B no mercado publicitário, como também do funcionamento de qualquer agência publicitária. Em 1989 eu estava no mercado publicitário. A SMP&B já era a maior agência de Minas Gerais e estava entre as melhores do país. Era o sonho de qualquer publicitário estar no quadro de funcionários daquela empresa. O meu também. Enquanto isto, como diretora de arte de uma agência pequena e iniciante, eu sabia exatamente o funcionamento do departamento comercial e financeiro. Não se ganha licitação nenhuma sem um pequeno relaxamento de seus valores éticos e morais. Dos donos da empresa, digo, ou dos condutores dos contatos comerciais. Públicos e privados. E se não há, o que nem eu na minha santa ingenuidade acredito, há sempre alguém descontente para afirmar que há. É normal, é corriqueiro, é banal. É assim que funciona. Ou alguém duvida? Mas os senhores da CPMI estão tão indignados como donzelas pegas em anáguas. Deveriam, pelo menos, ao iniciar uma investigação deste tipo, tentar um mínimo de conhecimento sobre o que estão investigando. Falam na SMP&B como se fosse uma empresa desconhecida e nem mesmo sabem pronunciar o nome. Um deles disse, em claro e bom som, que uma empresa de médio porte como a SMP&B teve um crescimento instantâneo e que isto era atípico. Atípica é a ineficiência desses senhores.Se a SMP&B é uma agência de médio porte, não existe agência de grande porte neste país. Ta, podem dizer que ninguém é obrigado a conhecer o mercado publicitário. Também acho. A não ser que esteja imbuído da autoridade de investigar uma empresa deste mercado. Saber, pelo menos, que uma agência de propaganda movimenta vultosas quantias em dinheiro e que isto sim, é típico, que é um mercado milionário sim, que o funcionamento interno é profundamente diferente de qualquer outra empresa, que a briga por uma boa conta é uma batalha entre leões, acirrada e cheia de atalhos muitas vezes, quantas vezes, sem escrúpulos, e que isto é banal, mesmo que dê engulhos aos estômagos mais sensíveis, pelo menos isto deveriam saber.

Armaram o circo. Atuam como podem, os palhaços. Ou como sabem. Se insistirem, não vai ficar pedra sobre pedra. Ou melhor, não vai haver mais que investigue quem. Mas como sempre, um cordeiro será imolado e todos se sentirão justiçados. E aliviados, é claro.

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