segunda-feira, junho 06, 2005

Homens da Caverna

Ontem, no Fantástico, mais uma daquela série feita pela BBC , acho, sobre os nossos antepassados. Antes que o apresentador sugerisse que eles não eram burros, eram apenas novos, eu imaginava como seria viver entre os homens das cavernas. Além de feios, eram muito burros. E deviam cheirar muito mal. O tempo que levaram para desenvolver o cérebro explica a inconsistência do mesmo. Ninguém pode dizer que somos uma espécie absolutamente completa. O cérebro é muito novo para funcionar perfeitamente. A capacidade de raciocinar é um sistema recém lançado e por isso, os bugs, os travamentos, as falhas, os erros de registro. Entretanto ainda assim ou talvez por isso mesmo, quantas vezes nos sentimos privilegiados por uma capacidade que nem sabemos ainda se é perfeita ou se estamos mais ou menos como os homens das cavernas, se tivermos pelo menos mais um bilhão de anos de futuro. Como será o cérebro humano então? Como avaliarão os homens de hoje e sua capacidade de raciocínio? É fantástico imaginar o que dirão de seus antepassados, belicosos, violentos, preconceituosos, doentes e, sobretudo, tão burros que se alimentavam de sua própria ignorância, como uma cobra que engole o próprio rabo. O raciocínio é perigoso como uma droga desconhecida, cujos efeitos ninguém sabe ao certo quais são. Mas é disso que dispomos, por enquanto. Melhor e mais privilegiados os outros animais que, parece, só dispõem dos instintos, bem mais regulares, bem mais eficazes, bem mais lineares e sem possibilidades de travamento ou de bugs. Tudo funciona perfeitamente quando não é preciso raciocinar. Haja vista o que acabo de escrever. Ô misera!

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