quarta-feira, agosto 11, 2004

FAÇA O PAI DOS MEUS FILHOS FELIZ ( QUEM? EU???)

Dia dos pais recebi um e-mail. Estranhei o teor, tem assinatura, e é claro, o meu endereço. “agora você será a responsável em fazer o pai dos meus filhos feliz, lhe peço isso, mesmo sabendo que é lhe pedir demais, visto que nem o legado de ser mãe DEUS lhe concebeu.�Achei engraçado sobretudo porque foi um engano. Eu não sou ou não seria a destinatária da mensagem, por um motivo óbvio: não estou namorando nenhum pai. Não que eu saiba. Aliás, não estou namorando nem pai nem filho de ninguém. Muito a contragosto, é claro. Mas uma coisa me chamou a atenção: a pobre mulher, a coitada infeliz que vai ser obrigada a fazer um homem feliz, também não teve filhos. Temos isto em comum. Pouco? Pode ser, mas fundamental.

Só queria esclarecer à mãe dos filhos do meu suposto namorado que Deus não me negou filhos, mesmo porque eu nunca tive uma relação muito íntima com Ele. Escolhi não ter filhos. A intenção foi: se não acho a vida neste planeta nenhum bem, se tenho um profundo desconforto em estar viva, porque estranho egoísmo colocaria aqui mais alguém? Se nada nem ninguém me convenceu de que vale a pena viver, porque faria isso com alguém? É o meu motivo e Deus não tem nada com isto, mesmo porque nenhum Deus, não da forma que conceituo Deus, tomaria uma decisão destas por mim. Nem seria um castigo; seria um alívio. E parece que a missivista queria me ver castigada. Não teria que ter evitado da forma humana um filho que nunca tive. Adotei dois. Por eles eu não tenho culpa alguma. Já estavam feitos. Minha amarga "amiga": não coloque Deus nesta história. Ele pode ficar irritado. Não sei quem está com o pai dos seus filhos. Não sou eu. E agora estou com uma vontade enorme de estar. Só para lhe dizer que não faço ninguém feliz, não sou Deus, e sou responsável mal e porcamente por minha própria felicidade.
Pensando melhor... eu não iria namorar um pai de filhos cuja mãe fosse alguém como você! Vá catar coquinhos! Era só o que me faltava!

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