terça-feira, janeiro 23, 2007

Amor próprio


É duro saber que quem mais me ama no mundo sou eu mesma. Não sou uma pessoa muito amável, portanto seria muito bom que houvesse outra pessoa que me amasse mais do que eu mesma. É certo que cuido razoavelmente bem de mim mesma. Por exemplo, nunca tentei me matar de fato, nunca me bati, pelo menos não me lembro, e sou a única pessoa no mundo que sabe a hora em que estou com fome e que me dá o que comer. Sou razoavelmente boa comigo mesma, muitas vezes acho que sou até muito tolerante. Ao mesmo tempo, não gosto muito da minha companhia. Todas as vezes em que me vejo sozinha comigo mesma, ligo a televisão, pego um livro, ou choro, porque a minha companhia não é lá essas coisas, e me viro as costas, e fujo de mim mesma como o diabo foge da cruz. E, pasme, vou procurar alguém que não me ama um décimo do que me amo, e enfim, me sinto solidamente feliz em outra companhia.

_Que diabo de amor é este?

_Hein?

_Não estou falando com você...

_?
_Estou conversando comigo mesma.

_ Ah!

Se não me amasse tanto, se a minha opinião a meu respeito não fosse a mais importante do mundo, iria pensar que este “Ah!” era muito pouco, quase nada.

_Mas que diabo de amor é este?

_ Responde logo a acaba com isso.

_Responde você!

_Eu sabia! É comigo não é?

Pretencioso!

Um comentário:

Anônimo disse...

Tê, eu me canso rápido da minha companhia:))
Gostei da foto!
Beijos.
Tereza.