A INVENÇÃO DAS OPERADORAS DE TELEFONE.
Quando Graham Bell inventou o telefone não imaginava a dor de cabeça que teriam os usuários alguns anos depois, quando surgiram as famigeradas operadoras do dito cujo. Bom homem, de princÃpios retos, suponho, teria desinventado rapidamente este meio eficaz e simples de comunicação. Tão simples que, para as operadoras, é muito difÃcil, senão impossÃvel, especificar para onde foi que você fez as inúmeras ligações. Mas é muito fácil cobra-las mesmo assim. Dane-se você e eu, com essa mania singular de ficar o tempo inteiro com as orelhas e as bocas pregadas no telefone. Pelas minhas contas, eu nem durmo mais, tanto tempo fico fofocando no aparelhinho maldito, tantos são os números dos pulsos excedentes na minha conta. Mas isso não vem ao caso.
O caso é que inventaram a Telemar, e desta eu posso falar porque sou uma beneficiária deste terrÃvel invento. A intenção primeira era controlar e cobrar pelas suas/nossas conversas. Literalmente, você pode conversar fiado o mês inteiro. A conta só vem no final. Boazinha, a operadora. E muito gentil, porque por causa dela foram inventados os primeiros telemarketings, aqueles robôs desalmados – evidente – que são programados para dizer alguma coisa como “ o sistema não acusa recebimento, etc e talâ€� ou pior, “senhora, disque a opção 4 e boa tardeâ€� ou ainda pior: ‘senhora, vou transferi-la para o setor adequadoâ€�.
Há alguma coisa errada no sistema que nunca funciona direito e você nunca acerta o alvo de primeira. Para conseguir falar alguma coisa precisa usar de artimanhas e estratégias dignas de um general de guerra. Mas também não vem ao caso. O certo é que inventaram a Telemar com o intuito de infernizar a vida de quem precisa de telefone. Antes dela, aqui pelo menos, existia um invento divino, quase perfeito, a Telemig que nunca deu trabalho e era de uma perfeição assustadora. O termo privatizar lhe diz alguma coisa? Aqui, com relação à Telemig, me diz sim: é o inferno!
Agora inventaram um tal de Plano 100. Você paga uma certa quantia por mês, a assinatura, e tem direito a 100 pulsos/mês. O que quer dizer pulso só a Telemar deve saber. O plano é bom. Eu é que não sei usar, dizem. Além de uma certa ansiedade causada pelo número restrito de ligações – você fica o tempo inteiro monitorando o pessoal da casa, espionando, interferindo, não há nenhum outro efeito colateral, a não ser o de ficar subitamente sem telefone. “Não há nada errado, senhora. Seus 100 pulsos se esgotaram.â€� Em três dias? Com toda a vigilância? Como? ImpossÃvel. ImpossÃvel é você acreditar que a Telemar vai lhe dizer onde foi que você gastou os 100 pulsos. Ela não sabe! Como a Telemar não sabe, suponho que o Marcelo saiba.
-Ô mãe, se a Telemar não sabe eu é que vou saber?
Certas coisas são mesmo insondáveis. Preciso ser mais resignada.
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