sexta-feira, outubro 08, 2004

MEUS DIAS SEM ELE

Minha placa mãe morreu. Meu processador foi pro saco. Fiquei inteiros 13 dias sem computador. Sobrevivi. Como sempre acontece nestas situações, tudo se salvou exceto o que me era realmente importante. O meu catálogo de endereços e a minha lista enooorme de favoritos, tudo separadinho, contra o minha usual indisciplina, organizado.

Odeio formatar disco! É mais ou menos como você mandar pra lavanderia um vestido caríssimo, e ele voltar limpinho e cheiroso. Tão limpinho que faltam botões, gola, bainha, e até a cor. Uma beleza! A vontade que você tem é de jogar no lixo ou ir atrás da lavanderia e arrancar as orelhas de quem fez isto. Com os dentes. Pode até ser que ele tenha guardado um dos botões, mas duvido. Ninguém sabe a importância de um botão quando ele não é seu. Ou de um endereço na internet que você campeou duramente. Ou de endereços de amigos que são só seus. Ou aquele programinha que nem você sabia mais para que serve, mas que é seu, droga!
E os olhinhos dos técnicos têm um brilho estranho quando dizem: -Vai ser preciso formatar...� Enquanto você bate a mão na testa e murmura oh! Meu Deus! Ele tem um risinho cínico e cruel.
-Tem problema não... faço becape de tudo.
E você acredita. O infeliz tem uma carinha de anjo do apocalipse, detentor de seu destino e você se entrega à fúria deletante do indivíduo. Em meia hora tudo está perdidamente limpo. De alguma forma ele sabe onde estão seus favoritos e seu catálogo de endereços, mas nem ele consegue devolve-los para o lugar. Pede um copo d’água, consulta o relógio e diz que está atrasado. Amanhã ele volta para resolver este detalhe. Acredite se quiser. Eu, por mim, vou tocaiar o anjo nas esquinas. Por infelicidade dele, eu sei por onde ele passa.
Saco.
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Um pouco mais e repondo os três e-mails que recebi neste tempo. Vou continuar colocando ordem na casa, instalando programas e chorando quando perceber que perdi mais um arquivo.�i que ódio!

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