quinta-feira, maio 27, 2004

MEU CUNHADO E O XANAX

Está um frio do cão, ainda que eu não saiba o que isto quer dizer. Mas que tá, tá. Tem uma coisa me incomodando além do frio: dentre a montanha de spams que recebo, a maioria me oferece além do aumentador de pênis, uma infinidade de remédios! A maioria para emagrecer – o maldito Xanax é um dos – e uns negócios como Lexotan e Viagra! Eu que não tomo nem aspirina sem fazer um seguro de vida, vou comprar remédio pela internet?! Tem alguém que compre? E oferecido num maldito spam?

Falando nisso, quem se habilitar a tomar o Xanax precisa estar devidamente preparado. O negócio é uma bomba relógio pronta a te fazer explodir em merda! O meu cunhado, vocês sabem muito bem que espécie de gente é um cunhado, todo mundo tem um na vida, resolveu emagrecer a gorda barriga em um ínfimo espaço de tempo. Todo cunhado é mais ou menos gordo. A maioria é conformada. O meu não. E tomou o Xanax. Depois foi para um churrasco onde rolava uma picanha daquelas de fazer salivar qualquer cunhado. E comeu tudo que caberia na sua gorda barriga, certo de que o bendito Xanax não deixaria acumular uma gotinha daquela gordura em volta da sua cintura. E não deixou. Os métodos que usou é que são pouco...digamos, discretos.

Satisfeito e feliz, saíram da festança, ele, a coitada da minha irmã e o filho. Durante o trajeto para casa ele parecia sem culpa nenhum, feliz mesmo de se ter empanturrado, certo de que o Xanax faria a coisa certa. De repente, parou o carro, arregalou os olhos e murmurou:
-Aconteceu alguma coisa estranha....
A minha irmã, trancando as narinas, respondeu:
- E fede pra caramba!
- Benhê, eu c... nas calças!
- Impossível! Não foi só você. Cagaram no mundo!
O filhinho deles, um inocente menininho de dois anos, socava a porta do carro desesperado:
-Mãe, troca a minha fralda! Troca a minha fralda! Eu quero sair! Eu quero sair!
Foi um Deus nos acuda. Como conseguiram chegar até em casa não sei nem me contaram. A fedentina invadiu o bairro, o mundo. O carro só não foi para o ferro velho, depois de tentativas infrutíferas de se livrarem do fedor, porque o meu inteligente cunhado, depois de corroer o forro do assento (do carro) com alcool, terebentina e soda cáustica, decidiu trocar o banco.
Continua barrigudo e traumatizado. A minha irmã, coitada, também. Pelos dois motivos.
Eu ainda acho que o Xanax faz a coisa certa. Só que no lugar errado. Devia ter saído pelos ouvidos.

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