sexta-feira, maio 07, 2004

MENINOS E MENINAS:

Pelo jeito a minha coluna virou um monte de ossos num saco. Vou seguir os conselhos de minha sábia irmã e procurar um japonês que segundo ela é tão bom, mas tão bom, que desmancha sua coluna e monta de novo. E dá garantia! Sei não. Tenho um pouco de medo. Se o sujeito esquecer uma vértebra no bolso do colete? Enquanto isso, sigo os conselhos do meu velho médico e vou tentar manter um pouco de repouso o que quer dizer ficar longe do computador. Se não resolver vou atrás do japonês escultor de vértebras. Resisto um pouco. Esse negócio de entregar o que meu corpo tem de mais precioso – na minha opinião, tem gente que pensa diferente – nas mãos de alguém que fala uma língua tão estranha, me deixa apavorada. Como fiquei apavorada quando ela, a minha irmã, quis colocar umas agulhas na minha orelha.

-De jeito nenhum! Agulha não! Além do mais, são as minhas costas que estão doendo. As minhas orelhas não tem nada com isso!
-Têm sim! São os pontos... sabe, conexões...
-Não senhora! Fique longe de mim com essas agulhas! Nem tá doendo tanto assim. Melhorou! Incrível! Sarou!
-Tá bem. Vou colocar as sementinhas em vez de agulhas.
-Sementinhas pode.

E agora estou com as orelhas empapuçadas de sementes –de mustarda, dona Olabauti – e esperando o milagre. Enquanto isso, vou fazer outra coisa – ainda não sei o quê – para me divertir. Deve haver mais alguma coisa neste mundo além do computador. Não tenho certeza ainda, mas deve haver.

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